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O Unicórnio

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O Unicórnio

27
Jul16

Vidinha no campo é assim.


O Unicórnio

Acabei de ser picada por uma p**** de uma abelha! Gritei quintal afora que nem uma desalmada e até a vizinha veio à janela.

Vou contar-vos uma história, sobre a penúltima vez que fui picada por uma p**** de uma abelha e que me serviu de lição para o seguinte mantra:

numa aldeia pequena, faça o que fizeres, seja verdade ou seja mentira, tudo se sabe num ápice.

Era uma vez uma rapariga de dezassete anos que todos os dias apanhava o comboio para ir e vir da escola. O trajecto entre a aldeia onde morava e a estação da CP, eram cerca de dois quilómetros e essa cachopa fazia o trajecto ora de bicicleta, ora de mota (uma pequena acelera que ainda hoje existe).
Num dia como o de hoje, quente c´mo um corno, a cachopa sai da escola ao final da tarde, apanha o comboio, sai no apeadeiro em Mato de Miranda e agarra na mota para vir para casa.
Quando entra na terrinha, a cavalo na mota, de capacete cheio de estilo, sente uma ferroada ENORME nas costas. Que fez a cachopa?! Parou a mota, mandou o capacete para o chão, despiu a tshirt, abanou-a para de lá sair a p*** que a tinha mordido e seguiu para casa.
A moça entra em casa e o pai está ao telefone. Pai fica sério e pergunta-lhe:
- Ouve lá Unicórnio, que andaste tu a fazer agora no meio da *praça em soutien?!

*praça = sítio público onde jovens com idades compreendidas entre os 65 e os 120 anos, aproveitam o final do dia para colocar a conversa em dia e beber um copito.

- Osga-se! Ainda tenho o ferrão nas costas e tu já sabes?!
- Ferrão?! - Pergunta-lhe o pai.
- Sim, picou-me uma abelha e o meu reflexo foi tirar a tshirt!
- E tiras a blusa num sítio daqueles?
- Querias que fosse quando? Antes de ser picada? Não te preocupes, que pela idade deles não vão ter tempo para contar aos bisnetos.

24
Jul16

Almoçar de novo em família?! Esperem lá que já me apanham...


O Unicórnio

Um ano após o nascimento do nosso chinoca, decidimos que chegara a hora de irmos à capital, degustar um belo repasto ao Belcanto, restaurante do chef Avillez, local afamado e aclamado cá no portugalito e, aussi, em terras da estranja.
A ocasião pedia um oufit formal e aproveitei o mote para quebrar a rotina semanal, indo de fato de treino de neoprene, cabelo apanhado com mola no cocuruto e para completar o look, sapatinho alto compensado na biqueira, com tiras de strass prateado, sempre bonito. Filipe vestiu calção laranja da SportZone, meia branca com a bela da sandaloca por cima, que é escolha sempre trendy e casual chic. Francisco, luz dos nossos olhos e da nossa vida, levou o cabelo penteadinho para o lado (anda sempre com ele espetado), ora pois que a ocasião, pedia algum decoro.

Francisco, coisa mais rica de sua mãe e de seu pai, é criança alegre, dada, sociável e que gosta de abraçar, de mudar de colo, de transmitir simpatia. É um menino espevitado e falador, e expressa-se... gritando e cantando. Valha-me Deus como ele grita! A sua voz límpida e possante, entra ouvidos adentro e lá fica aprisionada horas intermináveis.
Eu e o pai, sabemos que quando está mais excitado ou ansioso, ele grita, e por isso, quando estamos num sítio público onde hajam demasiado estímulos, tentamos transmitir-lhe alguma serenidade e paz e entramos em modo zen, falando baixinho e calmamente. Foi o que fizemos no restaurante apinhado de gente, barulho e luzes e que nos valeu uma grande porra!

Durante o início do almoço, manteve-se caladinho,comendo umas migalhinhas de pão, e distraído a olhar para um fulano que tinha uma narigana que ia daqui até Braga (o Júlio Isidro). O pior, foi quando se acabou o pão, e lembrou-se de abrir a goela, espraiando todo o seu contentamento por estar ali, em local tão chic e composto. Senhoras e senhores, ele gritava e ria ao mesmo tempo, e aquela gente séria de dedo mindinho espetado e de biquinho feito para a selfie, olhava-nos de lado.
Juro que não me lembro o que comi e ao que me soube o repasto, tal os nervos que me consumiam. Sei que foram camarões, isso sei que foram, pois andámos a poupar um ano inteiro para ir almoçar fora e gente fina que é gente fina, vai almoçar camarão!
O mêrapaz, sempre mais calmo que eu, nem café bebeu como de costume e pagou a conta telepaticamente, pois nem dei por ele a tirar a carteira do bolso.
O mais "piqueno", ria, gritava, esbracejava, enquanto os empregados de mesa fingiam que lhe achavam muita piada e se metiam com ele.
Almoçámos em menos de meia hora e levantámo-nos num ápice, pegando no carrinho, onde Francisco continuava a sua jornada a rir, a espernear e a gritar a música :"Ah, ah, ah minha machadinha".
Coisinha mais rica de sua mãe e de seu pai.

*Obviamente que isto não se passou no Avillez, foi só o meu lado snob a fervilhar.

20
Jul16

Não vou ser gorda para sempre.


O Unicórnio

unicorn1.jpg

 

 

“Temos que aceitar o nosso corpo como ele é, mesmo que não seja o corpo que idealizamos e gostamos.”

“Não somos o nosso exterior, somos o interior.”

“O corpo é só o pacote, o que interessa é o que está lá dentro.”

 

E rebéubéubéu e por aí adiante. Estes dizeres são todos muito bonitos e fofinhos, mas para mim não servem, são só desculpas. Reafirmo: para MIM não servem.

Desde que engravidei do pequeno chinoca que cresci abundantemente para todos os lados. Cresci imensamente, fiquei uma pipa, uma pequena foca, uma baleiazita, um pinguim, um texugo, um barrote, uma coisa redonda. Para além de ter sofrido de uma fome desgraçada (ai, que fome, meu senhores!), deixei de fumar (o que mais fome dá) e descobri que tinha hipotiroidismo . Resumindo: o cocktail perfeito para justificar mais de duas dezenas de quilos ganhos. Nascido o Francisco, metade foi à vida de imediato.

 

“Vais ver que ao dares mama, vais perder esses quilos num instante.”

“Amamentar é a melhor forma de emagrecer”.

 

MENTIRA! No meu caso, dar mama (o que ainda acontece), dá-me uma fome desmesurada, surreal, fico voraz, um alarve, desesperada, esganada. Ou seja, perdi uns e vieram outros. Nos primeiros seis meses do Francisco, cada vez que ele mamava eu comia um bife acompanhado de três bifes.

Caríssimas senhoras que ficaram magras ao dar mama: parabéns, espero que sejam felizes e magras para sempre e que Nossa Senhora vos acompanhe.

 

“O corpo leva nove meses a ir ao sítio”.

“Nove meses a engordar, nove meses para emagrecer”.

A isto, eu comento assim: ahahahahaha!

 

“Não importa se ficaste gorda, o que importa é o bebé que tens.”

“Olha para o teu filho e vais ver que os quilos a mais não importam”.

Certo. Tenho o bebé mais lindo, simpático, alegre, saudável, maravilhoso do mundo que amo acima de qualquer pessoa, de qualquer coisa, mas isso não pode ser desculpa para continuar gorda, lamento. Esse foi o mantra que em silêncio repeti, e  até agora não tem resultado. Não me sinto bem comigo, nada me serve e tenho vontade de esganar as mães magras que por mim passam e assumo, sem probleminha nenhum, que morro de inveja de quem tem o corpinho que eu tinha (não era nenhuma estampa, mas era jeitosinho).

 

Este clic! deu-se quando ontem cheguei à praia e não consegui despir-me. Comecei a olhar em volta e a observar outras mães que tal como eu, não estavam na sua melhor forma, mas estavam em biquinis e muito descontraídas. Fiz o mesmo e despi-me, mas sempre preocupada em respirar devagarinho, para não dilatar a barriga. Cheguei ao final do dia com arritmias só por ter esforçado a barriga a meter-se para dentro.

Odiei o meu corpo. Detestei-o. Só tinha vontade de afogar o cabrão, mas como não consigo faze-lo e sobreviver a isso, tive que me resignar a estar deitada na areia e a ser confundida com um vidrão.

O que vale, é que na praia há sempre quem seja mais gorda que nós e isso estimula a que percamos a vergonha, pois pensamos na nossa velhaquice: - Ena, aquela gordalhufa que está ali! Se ela pode estar em biquini, eu também posso!

A merda, é quando nós próprias somos “aquela gordalhufa que ali está”, e somos  o estímulo para que outras se dispam. Um terror.

 

A questão aqui é que preciso de emagrecer e de voltar a ficar como me sinto bem e isso é o mais importante. Não me venham com merdices de que “tenho que aceitar”, ou “isso agora não interessa nada”, ou o “és linda na mesma, coisinha sexy”, que tenho que fechar a boca de vez. Obviamente que não vou passar fome, pois adoro amamentar o meu Francisco e quero que ele continue a ser sofrego pelas minhas mamas, mas vou ter que ser determinada (até porque sempre o fui) e decididamente, alterar os meus hábitos alimentares e voltar a ser feliz com o meu corpo. Isso sim, é o mais importante. Mas não pensem que me vou render à alimentação da moda à base de alpista, alfarroba, milho desfeito e coisas parecidas todas enfiadas num fraco, acompanhadas por folhas de beldroegas e urtigas frescas! Nada disso, até porque sou pessoa que gosta de comer e pessoa que gosta de comer coisas boas, coisitas saborosas e típicas.

Não quero dizer com este texto (não vá surgir por aqui alguma representante do sindicado das mães anafadas) que tenhamos que ser todas magras depois de ter um filho. Fait attention! Não é isso. O que eu quero dizer, é que não sou feliz com o meu corpo inchado que nem um carro blindado e por isso, vou emagrecer e ser ainda mais feliz. É só. Vou mesmo. Mi aguardem! Ah! Vou começar segunda feira, até porque estou de férias e ainda tenho que mamar uma bola de berlim que são mesmo, mesmo, mesmo boas.

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