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O Unicórnio

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O Unicórnio

17
Nov16

As mulheres que ainda não são mães que fiquem caladinhas.


O Unicórnio

Quando era Unicórnio sem filhos e quando num grupo de amigas se falava de maternidade e de como educar a prole, bradava aos sete ventos, premissas pelas quais me regularia, caso um dia viesse a reproduzir-me.

Tiro ao lado.

Ora, quando nasce meu pequeno Unicórnio, aquilo que tinha como absoluta certeza, não passava afinal, de uma miragem num deserto sem fim.  

Eis algumas dessas premissas que cairam por terra.

 

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Quando não era mãe, dizia que só amamentaria fechada no quarto.

Quando pequeno Unicórnio nasceu, até na Primark encostada a uma parede o fiz.  

 

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E TINHA A MANIA QUE SABIA TUDO

PARTE I

“Quando engravidar, não serei uma grávida enorme que se enche de pizzas do Lidl e de croissaints com chocolate do AnaBemBomBar”.

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Quê?! Só podia estar febril. Por acaso, durante a gravidez, pizzas não comi, mas garanto-vos minhas amigas, que comi quilos, quilos de couves com feijão com entrecosto e mamava um frango assado todos os dias ao almoço, caso o apanhasse no prato. Já os croissaints, bem, prefiro não me estender sobre o assunto e remeter-me-ei ao silêncio.

Conclusão? Engordei que nem uma búfala. Tau.

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E TINHA A MANIA QUE SABIA TUDO

PARTE II

“Se um dia engravidar, serei uma grávida estilosa, com roupinhas bem giras e trendy. Jamais me apanharão de fato de treino e ténis!”

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Gente, mentalizem-se: não há roupa gira para grávidas. Só há aquelas túnicas corte império com fitinhas debaixo das mamas, saídas de uma paisagem bucólica dos anos 30. Nos primeiros meses, ainda vestia roupa dita “normal”, mas no fim da gravidez,  não consegui fugir às tais ditas calças de desporto e t-shirts do mêrapaz. Portanto, não tenham ilusões: todas passarão pela fase de foca desportiva, não há volta a dar, não vale a pena fugir.

Para as que conseguem durante nove meses, vestir as mesmas calças de ganga, para vós tenho algo a dizer: boa! Sois sortudas.

 

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E COM A MANIA QUE SABIA TUDO

PARTE III

“Quando o bebé nascer, nos primeiros meses, não vou deixar que o beijem, abracem, toquem, lambuzem, apertem e remimimis. Não faltaria! Andarem a contaminar a criança com vírus e bactérias!”

 

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Esqueçam. É impossível. Vem a avó, um beijo. Vem a prima, dois abraços. Vem o tio, três festas. Vem a amiga, agarra-o. E nós mães, temos que engolir a raivazinha latente com um sorriso e um acenar, ou então, descamba tudo a brigar. Acreditem, isso passa-vos.

 

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E TINHA A MANIA QUE SABIA TUDO

PARTE IV

“Quando amamentar, não quero ninguém a olhar para as minhas mamas e só o farei, num sítio reservado e íntimo, pois é um momento só meu e do bebé”.

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Sabem quantas vezes tive que espetar com as mamas para fora no meio do corredor dos supermercados porque o miúdo lembrava-se que queria mamar? Muitas.

Sabem quantas vezes amamentei em sítios públicos? Inúmeras. Portanto, minhas meninas, metade da população nacional conhece o meu par de melões.

Sem medos. Bebé tem fome? Toca a po-las de fora. Acreditem, ninguém as come.

 

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E TINHA A MANIA QUE SABIA TUDO

PARTE V

“Bebés a verem televisão? Bebés com o telemóvel na mão? Impensável! Só gente tonta é que faz isso. Quando tiver filhos, não deixarei que nada disso aconteça”.

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Digo-vos: Francisco tem 16 meses e sei as músicas do BabyTV, de cor. Francisco tem 16 meses e só consigo cortar-lhe as unhas das mãos, com ele a ver o coelhinho Harry no meu telemóvel. Sim, digam aquilo que quiserem p´ ra aí, eu também era assim, tinha a mania que era sabichona. Hoje, se quero fazer alguma coisa em casa ou ir ao WC, podem acreditar que o BabyTv é a minha única hipótese.

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E TINHA A MANIA QUE SABIA TUDO

PARTE VI

 

“Um dia quando tiver filhos, eles andarão sempre no ponto, vestidos de cima abaixo com as melhores roupinhas, 100% algodão, da Natura Baby, sempre com cores suaves, perfumados, limpinhos e sem ranho”.

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Consegui que nos primeiros meses isto fosse tudo verdadinha. Agora? Agora é nódoa de papa na camisola, mancha de cocó nas calças, ténis cheios de terra. Ranho...bem, ranho, ranho, até agora, nada. Confesso que sou anti-ranho e mal sonhe que algo vem a espreitar, lanço-me logo aos lenços.

Filhos impecavelmente vestidos e sempre limpinhos das sete da manhã às nove da noite?  É tão possível, como eu arranjar emprego como CEO na Jerónimo Martins.

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E TINHA A MANIA QUE SABIA TUDO

PARTE VII

 

“Não darei jamais um bolacha Maria ao meu filho. Acúçar? Nunca.”

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Bem, Francisco não come nem comerá doces até ir para a Universidade (cof, cof) e se depender de mim, bolos e porcarias do género, só mesmo quando eu não conseguir evitar, mas não sou radical, pois ele adora uma bolachinha e não lhe recuso um prazerzinho de vez em quando.

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E TINHAA MANIA QUE SABIA TUDO

PARTE VIII

 

“Quando for mãe, não vou ficar em casa com a barriga no tanque a velar o menino como tantas fazem e se esquecem da sua feminilidade. Logo no primeiro mês, retomarei o meu antigo estilo de vida”.

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Só me surge o seguinte comentário: ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah ah!

 

 

QUANDO ERA UNICÓRNIO SEM FILHOS E TINHA A MANIA QUE SABIA TUDO

 PARTE IX

“Não deixarei filho meu fazer birras. Não tenho paciência para crianças birrentas e rezingonas.”

 

UNICÓRNIO COM FILHOS

Tau! Tenho um em casa muito temperamental, teimoso, rebelde, malandro, gozão e por vezes, birrento. Que faço?! Por agora, finjo que não vejo e fico com ar de paisagem.

 

E é só isto, meninas sem filhos. Evitem projectarem-se como mães, não vale a pena. Sai sempre tudo ao lado, porque isto de ser mãe, é cá uma aventura! Se é! A melhor de todas. 

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