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O Unicórnio

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O Unicórnio

20
Jul16

Não vou ser gorda para sempre.


O Unicórnio

unicorn1.jpg

 

 

“Temos que aceitar o nosso corpo como ele é, mesmo que não seja o corpo que idealizamos e gostamos.”

“Não somos o nosso exterior, somos o interior.”

“O corpo é só o pacote, o que interessa é o que está lá dentro.”

 

E rebéubéubéu e por aí adiante. Estes dizeres são todos muito bonitos e fofinhos, mas para mim não servem, são só desculpas. Reafirmo: para MIM não servem.

Desde que engravidei do pequeno chinoca que cresci abundantemente para todos os lados. Cresci imensamente, fiquei uma pipa, uma pequena foca, uma baleiazita, um pinguim, um texugo, um barrote, uma coisa redonda. Para além de ter sofrido de uma fome desgraçada (ai, que fome, meu senhores!), deixei de fumar (o que mais fome dá) e descobri que tinha hipotiroidismo . Resumindo: o cocktail perfeito para justificar mais de duas dezenas de quilos ganhos. Nascido o Francisco, metade foi à vida de imediato.

 

“Vais ver que ao dares mama, vais perder esses quilos num instante.”

“Amamentar é a melhor forma de emagrecer”.

 

MENTIRA! No meu caso, dar mama (o que ainda acontece), dá-me uma fome desmesurada, surreal, fico voraz, um alarve, desesperada, esganada. Ou seja, perdi uns e vieram outros. Nos primeiros seis meses do Francisco, cada vez que ele mamava eu comia um bife acompanhado de três bifes.

Caríssimas senhoras que ficaram magras ao dar mama: parabéns, espero que sejam felizes e magras para sempre e que Nossa Senhora vos acompanhe.

 

“O corpo leva nove meses a ir ao sítio”.

“Nove meses a engordar, nove meses para emagrecer”.

A isto, eu comento assim: ahahahahaha!

 

“Não importa se ficaste gorda, o que importa é o bebé que tens.”

“Olha para o teu filho e vais ver que os quilos a mais não importam”.

Certo. Tenho o bebé mais lindo, simpático, alegre, saudável, maravilhoso do mundo que amo acima de qualquer pessoa, de qualquer coisa, mas isso não pode ser desculpa para continuar gorda, lamento. Esse foi o mantra que em silêncio repeti, e  até agora não tem resultado. Não me sinto bem comigo, nada me serve e tenho vontade de esganar as mães magras que por mim passam e assumo, sem probleminha nenhum, que morro de inveja de quem tem o corpinho que eu tinha (não era nenhuma estampa, mas era jeitosinho).

 

Este clic! deu-se quando ontem cheguei à praia e não consegui despir-me. Comecei a olhar em volta e a observar outras mães que tal como eu, não estavam na sua melhor forma, mas estavam em biquinis e muito descontraídas. Fiz o mesmo e despi-me, mas sempre preocupada em respirar devagarinho, para não dilatar a barriga. Cheguei ao final do dia com arritmias só por ter esforçado a barriga a meter-se para dentro.

Odiei o meu corpo. Detestei-o. Só tinha vontade de afogar o cabrão, mas como não consigo faze-lo e sobreviver a isso, tive que me resignar a estar deitada na areia e a ser confundida com um vidrão.

O que vale, é que na praia há sempre quem seja mais gorda que nós e isso estimula a que percamos a vergonha, pois pensamos na nossa velhaquice: - Ena, aquela gordalhufa que está ali! Se ela pode estar em biquini, eu também posso!

A merda, é quando nós próprias somos “aquela gordalhufa que ali está”, e somos  o estímulo para que outras se dispam. Um terror.

 

A questão aqui é que preciso de emagrecer e de voltar a ficar como me sinto bem e isso é o mais importante. Não me venham com merdices de que “tenho que aceitar”, ou “isso agora não interessa nada”, ou o “és linda na mesma, coisinha sexy”, que tenho que fechar a boca de vez. Obviamente que não vou passar fome, pois adoro amamentar o meu Francisco e quero que ele continue a ser sofrego pelas minhas mamas, mas vou ter que ser determinada (até porque sempre o fui) e decididamente, alterar os meus hábitos alimentares e voltar a ser feliz com o meu corpo. Isso sim, é o mais importante. Mas não pensem que me vou render à alimentação da moda à base de alpista, alfarroba, milho desfeito e coisas parecidas todas enfiadas num fraco, acompanhadas por folhas de beldroegas e urtigas frescas! Nada disso, até porque sou pessoa que gosta de comer e pessoa que gosta de comer coisas boas, coisitas saborosas e típicas.

Não quero dizer com este texto (não vá surgir por aqui alguma representante do sindicado das mães anafadas) que tenhamos que ser todas magras depois de ter um filho. Fait attention! Não é isso. O que eu quero dizer, é que não sou feliz com o meu corpo inchado que nem um carro blindado e por isso, vou emagrecer e ser ainda mais feliz. É só. Vou mesmo. Mi aguardem! Ah! Vou começar segunda feira, até porque estou de férias e ainda tenho que mamar uma bola de berlim que são mesmo, mesmo, mesmo boas.

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