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O Unicórnio

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O Unicórnio

25
Fev15

Coisas tão simples.


O Unicórnio

Este, será um pequeno texto, bem lamechas por sinal, mas que resume todo o meu conceito de amizade por alguém. 

 

Ao telefone bem cedo: 

- Bom dia Ana, como estás minha querida? 

- Olá tio. Estou bem, e tu? 

- Tudo óptimo. Como tens estado? Bem? Precisas de alguma coisa? Soube que andas com umas complicações nas mãos, mas olha querida, tens que ter paciência e não desanimares. 

- Sim, tio, eu sei...

- Se precisares de alguma coisa, já sabes querida... 

...

 

É isto. Não é preciso mais nada. 

 

 

25
Fev15

Duas mãos, dez dedos e umas dores do caraças.


O Unicórnio

Tenho andado desgraçada da minha vida, mentira... tenho andado só um bocadinho incomodada com uma coisa na minha vida; dores nas mãos. Verdade. Apareceu-me o síndrome do túnel cárpico nas duas mãos e tem sido uma desgraça, pois não consigo fazer coisas essenciais na vida, tal como estar ao computador, escrever, cortar carne com a faca e limpar os ouvidos.

São dores meus senhores, são dores! Hoje, sinto-me melhor e vou ganhar coragem e força para escrever um textozito. É que isto de não ser Unicórnio há uma carrada de dias, é desesperante, caramba. 

18
Fev15

Adeus amigo, adeus.


O Unicórnio

Renault Clio (Aka Simão da Ega)

1999 - 2014 

Depois de muitos anos, hoje foi a nossa despedida. Abracei-te forte e uma lágriminha caiu pelo meu rosto. Lágrimas, foram lágrimas que vagarosamente deslizaram pela minha face ruborizada.

Fomos amigos durante muitos anos e não poderei esquecer que hoje, quando te fui entregar à morte, decidiste mesmo à entrada do portão da oficina, começar a arder. Meu grande cabrão! Sempre tiveste vida própria e até na morte pudeste sair vitorioso! Tinhas que me fazer passar por mais uma vergonha.  

Ainda me lembro quando há alguns anos atrás, regressava a casa do jornal onde trabalhava, e em plena A23 quando te carreguei na embreagem (é assim que se escreve?), ouvi um estalido e lá fui eu em ponto morto até à berma passar a vergonha de colocar o colete e esperar por ajuda. Foi a primeira vez, lembras-te? 

Ainda me lembro há alguns anos, vinha eu do jornal onde trabalhava, e em plena A23 quando te carreguei na embreagem (é assim que se escreve?), ouvi um estalido e lá fui eu em ponto morto até à berma passar a vergonha de colocar o colete e esperar por ajuda. Foi a segunda vez, lembras-te? E houve uma terceira e uma quarta. Esse pedal nunca foi de fiar. 

Numa viagem até ao Alentejo decidiste ter um furo, só por causa das coisas. Só naquela, apeteceu-te. Precisei do macaco e nunca o encontrei. Fizeste com que tivesse que descarregar toda a tralha de férias que tinhas no porta bagagens em plena auto-estrada, por consequência,  andei a correr atrás das melancias que deslizavam estrada fora. Nunca encontrei o filho da p**** do macaco. Tive que mais uma vez, vestir aquela porra do colete e pedir ajuda. 

Hoje foste para abater e eu senti muita pena.

Adeus, Simão da Ega (nome do meu carro), tiveste uma vida p´ra lá de boa.

Tua sempre dona, 

O Unicórnio. 

 

PS - Não consegui resistir e tirei esta última foto muito dramática a abraçar o Ega. 

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12
Fev15

E quando toca um Número Privado...


O Unicórnio

Há várias semanas que recebo chamadas de um número anónimo e nunca atendo. Hoje, em plena hora do jantar, lá toca o telemóvel, mêrapaz, prontamente, atende: 

- "Tou sim senhora, no que posso ser útil"? 

-....

- "A Sôdona ná tá. Tá a tomar banho na banhêra com leite de burra e na pode atender". 

- ... 

Tomem lá para não serem parvos e não ligarem de números anónimos.

Já agora, era da DECO. 

 

tomar banho.jpg

 

 

06
Fev15

Dar à luz faz doer.


O Unicórnio

Tenho uma amiga que não consegue esconder os pormenores menos agradáveis da gravidez e da pós gravidez. É mais forte que ela. Cada vez que me vê, conta-me algo menos positivo e quase que lhe aperto o papo, rogo-lhe para não me contar certas coisas, mas ela não se aguenta.

 Ora vejamos o que já sei sobre esta fantástica experiência graças à minha amiguinha: 

- Estar grávida faz prisão de ventre. Eu ainda não estava grávida, eu ainda não tinha prisão de ventre e ela já me falava nisso. 

- Estar grávida faz engordar. Muito. Ela "meteu" quase 20 quilos do primeiro filho e diz que eu vou ficar igual, só porque sim. Porque lhe apetece. 

- Estar grávida provoca hemorróidas. Acho que ela me disse que tem uma, e que me desejou outra. 

- As crianças quando nascem não se calam e mal temos tempo para tomar banho. 

- Dar à luz faz doer o pipi. 

- Dar à luz faz doer o rabo. 

- Dar à luz faz doer o corpo todo. 

- No fim de dar à luz, dói o pipi, o rabo e o corpo todo. 

- As mamas incham de tal maneira que começam a espalhar-se pelas costas tipo camelo. 

- Fiquei agora a saber (porque a minha amiga me ligou) que está com uma mastite. Fez questão de me contar que dói imenso e que é uma desgraça quando acontecem as mastites. Eu pensava que uma mastite fosse qualquer coisas nas gengivas, agora sei que é algo que acontece nas mamas. 

De momento não me recordo de mais nada. Tenho também a dizer que apesar de ela não conseguir evitar de contar as coisas más, é quem me tem elucidado in loco (foi mãe há pouco tempo) como funcionam certas coisas e sei que apesar da sua queda para o drama, adora-me e só quer o meu bem. Ela só quer o meu bem e que eu engorde 20 quilos. Tudo na boa. 

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03
Fev15

Amanhã, consulta no médico. Amanhã, esvoaçarão borboletas na minha barriga.


O Unicórnio

Sinto-me alvoroçada de todo. Talvez amanhã vá conhecer o sexo do meu querido baby Uni. Estou com medo. Em primeiro lugar porque não gosto de estar na sala de espera do consultório. Grávidas em fim de tempo sentam-se nas cadeiras de mão na bexiga, cabeça para trás, cheias de queixumes e de ruídos internos. Arrotam, carpem, bufam, soltam “ais” e enervam-me. De vez em quando, há uma ou outra bem disposta e tagarela, mas a maioria, coitadas, estão absorvidas pelo seu estado de quase bomba nuclear. Sei perfeitamente que é isto que me espera, estou preparadíssima para tal, até porque no meu estado vulgar tenho mais mau feitio do que qualquer grávida em fim de tempo. Portanto meus amigos, vai ser o diabo, vai ser o diabo!
Sento – me, sorrio e meto conversa. Elas olham – me como se fosse um montinho de cocó com dentes e segredam; -“Olha, esta ainda mexe! Deixa minha parva, que daqui a uns meses vais ver como é, e se vais estar assim tão sorridente”.
O médico grita o meu nome. Ainda nem me levantei da cadeira e as minhas perninhas começam a aferrolhar. O diálogo que se segue já dentro do consultório é do conhecimento de todas as mulheres com mais de 18 anos.
Médico: - Vá para ali e dispa-se.
Eu, a pensar para os meus botões; “Porra, lá vou eu mostrar as partes”.
Médico: - Demora muito?
Eu: Vai já… (com vozinha suave).
Médico: Vá, descontraia!
Superada esta parte, o temor que se segue é o maior de todos; saber se está tudo bem ou não com o baby Uni. Isso sim, é o maior dos medos, os demais tornam-se insignificantes.
Sou moça positiva e penso que com a quantidade de azia que trago neste esófago, agitações fortes lá em baixo, fome desumana e inchaço, quero acreditar que gente desembaraçada e forte cresce cá dentro. Menino ou menina? Who cares?! Quero é gente pequenina saudável e feliz.

 

very-happy-baby.jpg

 

 

01
Fev15

O antigamente e o hoje. Um pensamento quase sério.


O Unicórnio

Depois de ter lavado a alface com Amukina (uma das inúmeras recomendações do médico, por não ser imune à toxoplasmose), surgiram-me histórias que me fizeram pensar no quão somos umas grávidas privilegiadas. 

Minha avó contava-me que na nossa aldeia, muitas mulheres trabalhavam de sol a sol no campo até ao parto e algumas delas até, davam à luz no meio dos milherais. As outras camponesas ajudavam-nas e as parturientes, viviam o momento sem assistência médica. Hoje, impensável imaginar uma mulher grávida de rabo espetado ao sol a apanhar tomate e a dar à luz no meio do campo. Isso actualmente só acontece nos filmes e as ditas têm como enfermeiras fadas e elfos. 

Meu pai era minúsculo quando nasceu. Tão pequeno que nem sabiam se sobreveviria. Minha avó, colocou-o no que havia como berço; uma caixa de sapatos. Contrariamente ao que se esperava sobreviveu e tornou-se rijo que nem tronco centenário de um carvalho frondoso e verdejante (olhem só a quantidade de adjectivos que eu sei).
Hoje, compramos o melhor carrinho, o melhor ovo, espreguiçadeira, berço e afins.
Minha avó tinha searas de melão e levava os filhos pequenos com ela. Sentava-os numa saca ou então no chão e os pequenos, lá ficavam uma tarde inteira. Nenhum deles morreu, nenhum deles ficou numa ama, nenhum deles andou de bibe.
Hoje, desinfectamos a cada três vezes ao dia o chão, as crianças quase que andam às costas dos pais para não estarem em contacto com o solo, andam de bibe, não vá cair uma nódoa no pólo da Lacoste.
Bem, deixa-me lá ir comer a alface. Pizza. Alface com atum. Pizza. Alface com atum e ovo cozido. Pizza. Alface com arroz, atum, ovo cozido. Pizza. XÔ alma do diabo, xô!

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