Renault Clio (Aka Simão da Ega)
1999 - 2014
Depois de muitos anos, hoje foi a nossa despedida. Abracei-te forte e uma lágriminha caiu pelo meu rosto. Lágrimas, foram lágrimas que vagarosamente deslizaram pela minha face ruborizada.
Fomos amigos durante muitos anos e não poderei esquecer que hoje, quando te fui entregar à morte, decidiste mesmo à entrada do portão da oficina, começar a arder. Meu grande cabrão! Sempre tiveste vida própria e até na morte pudeste sair vitorioso! Tinhas que me fazer passar por mais uma vergonha.
Ainda me lembro quando há alguns anos atrás, regressava a casa do jornal onde trabalhava, e em plena A23 quando te carreguei na embreagem (é assim que se escreve?), ouvi um estalido e lá fui eu em ponto morto até à berma passar a vergonha de colocar o colete e esperar por ajuda. Foi a primeira vez, lembras-te?
Ainda me lembro há alguns anos, vinha eu do jornal onde trabalhava, e em plena A23 quando te carreguei na embreagem (é assim que se escreve?), ouvi um estalido e lá fui eu em ponto morto até à berma passar a vergonha de colocar o colete e esperar por ajuda. Foi a segunda vez, lembras-te? E houve uma terceira e uma quarta. Esse pedal nunca foi de fiar.
Numa viagem até ao Alentejo decidiste ter um furo, só por causa das coisas. Só naquela, apeteceu-te. Precisei do macaco e nunca o encontrei. Fizeste com que tivesse que descarregar toda a tralha de férias que tinhas no porta bagagens em plena auto-estrada, por consequência, andei a correr atrás das melancias que deslizavam estrada fora. Nunca encontrei o filho da p**** do macaco. Tive que mais uma vez, vestir aquela porra do colete e pedir ajuda.
Hoje foste para abater e eu senti muita pena.
Adeus, Simão da Ega (nome do meu carro), tiveste uma vida p´ra lá de boa.
Tua sempre dona,
O Unicórnio.
PS - Não consegui resistir e tirei esta última foto muito dramática a abraçar o Ega.