As mães têm um sexto sentido. Que isso nem se discuta.
O Unicórnio
Há cerca de mês e meio foi diagnosticado ao Francisco, refluxo oculto. E o que é esta porra de refluxo oculto, perguntam-me. É uma coisa chata, chata, pior que cólicas. O meu bebé mama e no fim, o leite anda a passear durante horas, esófago acima, esófago abaixo provocando dor, desconforto, excesso de salivação e (o que já aconteceu e que levou a um internamento), alguns episódios de apneia. Sim, estes episódios são do mais stressante que possam imaginar, levando a que o vigiemos 24 horas.
Quando o Francisco tinha um mês, comecei a ouvir uns sons estranhos que ele emitia, principalmente de noite e é claro, durante noites a fio não dormi, pois aquele barulho preocupava-me. O pai, dizia que era imaginação minha, outros, diziam que eu era mãe de primeira viagem, logo, estava a delirar.
Continuei a ouvir os ditos sons e continuaram a dizer-me (pediatra e médica de família) que não era nada. Até que um dia, ao levantá-lo do berço e a pousá-lo para lhe mudar a fralda, o Francisco ficou sem respirar, agitando somente braços e pernas e a mudar de cor. Virei-o de barriga para baixo e consegui que voltasse a respirar. De imediato fomos para o hospital. Mandaram-me embora para casa, eram “coisas normais que acontecem aos bebés”, justificaram.
À noite, o episódio repetiu-se com o pai. Bebé deixa de respirar e teve que ser socorrido. De novo fomos para as urgências, mas desta vez, fui agressiva na minha queixa e disse que só sairia de lá com uma solução, pois era impossível vir para casa com um bebé com episódios de apneia. Ouviram-me e internaram o Francisco. Conclusão? Descobriram durante a noite que ele tinha refluxo oculto e o barulho que eu ouvia era o leite que estagnava na garganta provocando apneia.
Desde esse dia que o Francisco passou a ser medicado para a as dores (eram muitas e chorava desalmadamente dia e noite). A solução para o problema, passará com o tempo e quando começar a comer papas, amenizará. Hoje em dia, é um bebé muito mais bem disposto e risonho, tem menos dores, apesar de continuar com o problema. Eu também já descanso um pouco mais, apesar de viver 24 horas de olho nele. Mudei-me temporariamente para casa dos meus pais, para me sentir mais segura e para ter apoio na vigilância ao bebé. Agruras de mãe, eu sei, mas tudo passará.
A foto mostra-nos juntinhos no marsúpio, meio de transporte muito utilizado cá em casa. Devido ao problemazinho, ele tem que andar em pé o máximo de tempo possível.