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O Unicórnio

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O Unicórnio

29
Abr16

Quando o carro não pega. Cabrão.


O Unicórnio

Fui pela manhã passear com o Francisco até ao castelo de Almourol. Quando começou a ficar mais calor, decidi regressar ao Entroncamento. Meti o meu querido ilustre no carro, dei à chave e nada. Outra vez. Novamente. Mais outra. O carro não pegava. Perante a adversidade eu, mulher forte e decidida, independente, autónoma, livre e emancipada, abri o capot do carro e pedi ajuda ao primeiro homem que vi.  

28
Abr16

Como é que as mães de antigamente se desenrascavam?!


O Unicórnio

Quem tem filhos, sabe a quantidade de coisas (berços, alcofas, cadeiras, cadeirinhas, bancos, banquinhos, colheres, copos e copinhos, coisas e mais coisinhas) que são precisas para que todas as necessidades do bebé sejam devidamente atendidas.

Na minha opinião, metade do que nos é impingido por inúmeras marcas de puericultura através de anúncios e marketing directo, são tretas dispensáveis, maneiras de gastar dinheiro. Se fosse comprar metade do que por aí apregoam, já tinha hipotecado a casa ou vendido algum orgão.

Cada vez mais se inventam formas de facilitar o trabalho dos pais (o que em certas situações merece uma vénia), mas sejamos realistas, há exageros. Muitos exageros. 

Comparemos o presente com o antigamente.

 

A CAMINHA DO BEBÉ 

 

PRESENTE

Há para todos os gostos, tamanhos, feitios, cores, preços. Com colchão de espuma de ganso albino, prateleiras amovíveis, luzes vindas de Júpiter colhidas ao amanhecer, cheiro a alfazema do Paquistão colhida em dias ímpares, berços há, que balouçam o bebé ao som do album infantil da Sónia Araújo.

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ANTIGAMENTE  

Não haviam para todos os gostos. Existia este modelo feito normalmente pelo pai do bebé que aproveitava muitas vezes a madeira de móveis e era ele próprio que o construía. Em madeira, rija c´mo um corno, sem protecções laterais, sem luzes e outras merdices. Obviamente que não respeitava nenhuma das normas de segurança, mas também não conheço ninguém que tenha perdido um filho por este ter ficado entalado na cama. 

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A ESPREGUIÇADEIRA  DO BEBÉ 

PRESENTE

É na espreguiçadeira que o bebé passa grande parte do seu dia durante os primeiros meses. Elas balançam, têm música, tremem, têm bonequinhos pendurados, cantam, giram, dançam, pulam, existem em todas as cores, feitios, tamanhos e preços. O bebé ali fica, imóvel a olhar para o teto, contemplando o infinito. 

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ANTIGAMENTE  

Esta, era a espreguiçadeira. Constituída pela camada mais superficial da crosta, era composta por sais minerias dissolvidos na água intersticial, organismos e rochas em decomposição. Existia em tonalidades de verde ou castanho. Não tinha cintos protectores nem redes que protegessem o bebé. Era ele por si. 

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A BANHEIRA DO BEBÉ 

PRESENTE

Para todos os tamanhos e feitios. Umas com pés e portáteis, outras que se colocam dentro das banheiras dos adultos. De todas as cores e feitios, tamanhos e preços, são cómodas para os pais e para o bebé. Algumas são esponjosas, recheadas com penas de ganso africano e já têm incorporado, o conjunto de patinhos de borracha. 

 

 

 

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 ANTIGAMENTE

A mãe que dobrasse a espinha se quisesse dar banho ao bebé, que isto de estar direitinha enquanto se esfrega o rebento é para meninas. De cobre, a banheira era também ela rija c´mo um corno, mas cumpria o seu propósito. Não conheço ninguém que tenha sido banhado nestas condições e que tenha ficado com recalcamentos na hora do banho. 

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PRODUTOS DE HIGIENE DO BEBÉ

PRESENTE

Há um frasco para o cabelo, outro para o corpo, um de seguida  para os dedos dos pés, depois o creme para o cabelo, um para o rosto, três diferentes para o corpo, um gel para as dobras das pernas, um para o pescoço e finalmente, cinco para a pele atópica. 

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ANTIGAMENTE 

Havia isto. Dava para o bebé, para os pais, para a tia Idalina e aos Sábados, para lavar a roupa no rio.

Não haviam peles atópicas. 

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A COMIDINHA DO BEBÉ

PRESENTE 

No presente, iniciam os sólidos chupando uma rede. 

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ANTIGAMENTE

 Imaginem vós que as doidas, davam comida aos filhos com uma colher! Há gente para tudo, realmente. 

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A CADEIRA DA PAPA DO BEBÉ

PRESENTE

Ela não anda, ela desliza. Fala, reclina-se, voa, faz piruetas, mortais e também dá para o bebé se sentar e ficar bem preso e então, chupar a comidinha. 

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ANTIGAMENTE

Ai o bebé quer papar? Então, sente-se lá aí na cadeira dura c´omo um corno e pape! Eram estas as antigas cadeiras da papa. O Francisco usa uma em casa da minha mãe que era da nossa família, mas claro que comprei um assento almofadado no IKEA para lhe proteger o rabo e as costas. 

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 O PARQUE DO BEBÉ

PRESENTE

Enquanto a mãe faz as lides, trabalha no computador e afins, o bebé tem no parque o seu melhor amigo. Nele encontra cores, espaço para se ginasticar, brinquedos e outras demais distrações. Envoltos em rede para proteger os bebés de uma eventual fuga ou queda, os parques são muito seguros e confiavéis. É o paraíso de qualquer mãe e existe em todas as casas. 

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ANTIGAMENTE

O parque de antigamente tem dois braços, duas pernas e um colo quente. Está envolto em amor e ternura, era seguro e confiável e existia em todas as casas. 

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19
Abr16

A Cristina tem uma vulva e o Goucha um pénis.


O Unicórnio

Vamos lá falar um poucochinho de sexo e de coisas muito úteis. 

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Estando em casa, não resisto a espreitar de vez em quando os programas da manhã enquanto executo com precisão e amor, as lides domésticas. Confesso uma certa queda pela TVI. Acho o Goucha engraçado, culto, arrogante, convencido e com classe, tudo predicados que me encantam. Já a amiga dele, a Cristina, é... fofita. Pronto. É isto. Fofita.

Os programas da manhã, transmitidos pelos três canais e destinados a um público sénior, têm ultimamente apresentado e debatido assuntos úteis, interessantes, imprescindíveis e deveras pertinentes para este segmento de público. Vejamos um exemplo: há umas semanas atrás, o tema discutido na TVI recaía sobre "Flatulência vaginal". Isso mesmo. Fla-tu-lên-ci-a va-gi-nal.

Aleluia que alguém falou disto, já não era sem tempo. Pois que é preciso "tê-los" no sítio para abordar esta questão! Finalmente um programa que falou neste assunto!

A fla-tu-lên-ci-a va-gi-nal é nem mais nem menos, que puns que a patareca dá. Bem, tecnicamente não são puns, é "ar expelido pela vagina durante o coito". Não se riam, este é um tema sério. 

Ora, enquanto o Goucha e a Cristina juntamente com dois técnicos de saúde debatiam fervorosamente este assunto, eu imaginava o seguinte cenário em tempo real.

 

Ourém, Lar de Idosos Nossa Senhora da Boa Viagem 

Duas idosas na casa dos noventa anos, bordam um naperon, atentas ao terço da Rádio Renascença. Aborreciditas de todo, ligam a televisão na TVI e começam a ouvir a conversa sobre o tema "Flatulência Vaginal". 

Dona Tia Anita do Loulé - Olha, olha, olha... então não é que já descobri de onde vêm aqueles sons estranhos que a minha boca do corpo faz de vez em quando?!

Dona Celeste Jardim do GiroFléGiróflá - Ai cachopa! Tu não me digas que aqueles barulhos que ouvi ontem aquando fazia o amor com o Mestre André, saíam de mim e não dele! Estávamos na malandragem, quando de repente, ouvi um pum. Pensei que fosse o Mestre André, pois o homem já não se segura na tripa desde a década de 20. Olha, pois que me levantei, farta da situação, apontei-lhe o caminho da porta. Ele bem que gritou que a culpa não era dele. Coitadito, afinal era minha.

Pois veja o leitor, que este assunto deveras importante, poderá esclarecer dúvidas existenciais e até, resolver alguns conflitos que se arrastam há décadas. Acho bem que se discutam estes temas, principalmente em horário matinal, pois os senhores telespectadores devem ser esclarecidos sobre o porquê da patareca dar puns. 

Pois se na TVI se fala de Flatulência Vaginal, o Jorge Gabriel e a Sónia Araújo na RTP discutem os Exercícios de Kiegel, ou seja, os apertos que a patareca dá. Tecnicamente, estes movimentos servem para corrigir a frouxidão vaginal. 

Ora, enquanto o Jorge e a Sóninha juntamente com dois técnicos de saúde debatiam fervorosamente este assunto, eu imaginava o seguinte cenário em tempo real.

 

A Casa da Kikas, Vale de Santarém, quarto 232 

Cliente - Ouça lá, Keyla Samantha, estou a fazer o amor com a senhora e não sinto nada! Não terá a vagina frouxa?!

Keyla Tina - Hesito. Talvez tenha, talvez não. Espere um segundo que vou fazer uns exercícios de Kiegel e já resolvo a coisa. Aproveito e vou fumar um cigarrito e limar a unha do pé que me está a fazer espécie, sim?

Pois veja o leitor a importância dos Exercícios de Kiegel na melhora da actividade sexual. Deveras útil, não acha? 

Na TVI o assunto acaba e logo começa outro, desta vez, com o psicólogo Quintino Aires a explicar fervorosamente com os cantos da boca cheios de saliva, que o que as mulheres têm não é uma vagina, mas sim, uma vulva. Ó diabo, se o Drº Quintino o diz , é porque é verdade, pois não haverá homem mais versado em pipis que ele! 

:) 

 

Pequeno apontamento sério, deveras útil:

*Flatulência Vaginal - Flatulência vaginal ou flatos vaginais são causados pela saída de ar do órgão genital feminino que faz vibrar os pequenos e grandes lábios, provocando um som característico, semelhante a flatulência intestinal (o pum).

*Exercícios de Kiegel - Os exercícios de Kegel servem para combater a perda involuntária de urina, tanto no homem quanto na mulher, porque tonificam e fortalecem o músculo chamado Pubiococcígeo, localizado no assoalho pélvico.

* Vulva - A vulva (do latim vulva) é a parte externa do órgão genital feminino. Nas mulheres adultas, é revestida pelos pelos púbicos.[1] Nas partes laterais, é constituída pelos grandes lábios (labia majora), que contêm tecido adiposo.

 

18
Abr16

Sou menina de gostos simples. Contento-me sempre com o melhor.


O Unicórnio

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Sonhei que estava num parque de campismo com o mêrapaz, Francisco e Chulo. Tínhamos uma autocaravana enorme (o meu sonho há muitos anos),daquelas americanas, prateadas, com quase meio quilómetro de comprimento. O mêrapaz estava a puxar o avançado e eu deitada com o meu Francisco numa chaise longue a apanharmos sol. O mar estava mesmo ali perto e lembro-me de ter sentido paz e descanso.

Acho que este sonho quer dizer qualquer coisa, e só me ocorre o óbvio: preciso de férias. Preciso de praia, de sol. No ano passado nem os vi, pois estava tão redonda que não cabia no carro. Este ano estou mais esperançosa, pois vamos de carrinha de caixa aberta e assim posso ir atrás.

15
Abr16

Começou mais um reality show de interesse nacional que vai aumentar o PIB


O Unicórnio

Não fazia a mínima ideia de que tinha começado um novo reality show. 

Ao fazer zapping, vi que voltaram a fechar uma dúzia de gente dentro de uma casa, mas desta vez e finalmente, o propósito é bem diferente. Desta vez, a TVI pretende que estes acéfalos saltem à espinha uns dos outros, de forma a copularem em directo.

Ora, na vista de olhos que dei ao programa, as moças (todas com excesso de peso, borbulhas no trombil e mãos calejadas do trabalho), faziam twerk (arte milenar de mexer o cú) e eles, (também gordos, marrecos, com falta de vista e desdentados), os tontinhos,  babavam-se e batiam palminhas enquanto soltavam risinhos e pulinhos.

Ah! Vi também que receberam a visita da Miss Bumbum. Ena pá...alto lá que isto é de valor! A moçoila veio ensinar-lhes como mexer o rabo, pasmem-se. Vejam bem, a moça veio de propósito do Brasil e para ensinar aquela gente a mexer o rabo. Categoria, caramba, isto não é para qualquer um. 

Bem, nao vou dizer mais nada e deixo-vos com o cliché "uma imagem vale por mil palavras". 

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14
Abr16

Dias de chuva pedem bolo da avó Fernanda e chá.


O Unicórnio

Minha avó Fernanda, senhora que mui amo e prezo, não nutria especial gosto pela cozinha, nem tampouco de viver exclusivamente para as lides domésticas. Era mulher de trabalhar duramente no campo, de arregaçar mangas e fazer o que qualquer homem fazia. Mulher do campo, rija, cheia de personalidade.

Todos os dias me lembro dela.

- "Ah cachopa que não ganhas juízo", dizia-me. Depois dava-me um beijo e eu ralhava porque não queria beijos. Tontices. 

Minha avó Fernanda não tinha especial gosto pela cozinha, mas fazia um bolo de laranja de bradar aos ceús por mais. Sei que o mesmo não tinha receita fixa, não tinha doses, nem medidas. Farinha, açúcar, fermento, ovos, sumo, casca de laranja a olho e... voilá. Um delicioso bolo de laranja. Tenho saudades desse bolo. Dava tudo por um fatia desse bolo. 

Minha irmã é a única da família que consegue reproduzi-lo quase fielmente. Hoje lembrei-me dele. Não que precise de mais açúcar neste corpo, pelo contrário, mas há vontades que não se negam. Fi-lo. Claro que nao é nem parente afastado do bolo de laranja da avó Fernanda, mas sempre deu para usar pela primeira vez a minha nova base para bolos.

Pus a mesa como se esperasse alguém para lanchar. 

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13
Abr16

É Sábado. Raios me partam que é Sábado.


O Unicórnio

Sábado darei início ao meu novo projeto que reunirá três áreas distintas. Está a ser "mastigado" há vários meses e, finalmente, chegou a altura certa para arregaçar as mangas. Nao consigo estar quieta, não consigo ver a vida a passar, não consigo estar sem criar e ter algo de meu.

O Francisco está mais independente, vai connosco para todo o lado, porta-se muito bem e não consigo estar mais tempo parada, preciso de fazer o que gosto. Enquanto nada surge a nível profissional a tempo inteiro, vou dando asas às minhas ideias, sempre com a ajuda de quem me quer bem e desinteressadamente. Consigo estar rodeada de pessoas que acreditam em mim, que sempre me ajudam, e que apesar de me acharem um pouco "louca", embarcam comigo nos meus projectos e nunca questionam o que faço ou idealizo. É uma das Graças que recebo da vida; gente que vai comigo e que nunca pergunta "para onde vamos". Simplesmente, vão comigo. 

 

Planeei tudo o que pretendo ao pormenor e Sábado será o primeiro dia. Pode até não dar em nada, pode ser um fracasso, mas tentei. Tentarei sempre. Em breve saberão mais pormenores, até lá, desejem-nos o melhor.  

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