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O Unicórnio

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O Unicórnio

28
Abr16

Como é que as mães de antigamente se desenrascavam?!


O Unicórnio

Quem tem filhos, sabe a quantidade de coisas (berços, alcofas, cadeiras, cadeirinhas, bancos, banquinhos, colheres, copos e copinhos, coisas e mais coisinhas) que são precisas para que todas as necessidades do bebé sejam devidamente atendidas.

Na minha opinião, metade do que nos é impingido por inúmeras marcas de puericultura através de anúncios e marketing directo, são tretas dispensáveis, maneiras de gastar dinheiro. Se fosse comprar metade do que por aí apregoam, já tinha hipotecado a casa ou vendido algum orgão.

Cada vez mais se inventam formas de facilitar o trabalho dos pais (o que em certas situações merece uma vénia), mas sejamos realistas, há exageros. Muitos exageros. 

Comparemos o presente com o antigamente.

 

A CAMINHA DO BEBÉ 

 

PRESENTE

Há para todos os gostos, tamanhos, feitios, cores, preços. Com colchão de espuma de ganso albino, prateleiras amovíveis, luzes vindas de Júpiter colhidas ao amanhecer, cheiro a alfazema do Paquistão colhida em dias ímpares, berços há, que balouçam o bebé ao som do album infantil da Sónia Araújo.

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ANTIGAMENTE  

Não haviam para todos os gostos. Existia este modelo feito normalmente pelo pai do bebé que aproveitava muitas vezes a madeira de móveis e era ele próprio que o construía. Em madeira, rija c´mo um corno, sem protecções laterais, sem luzes e outras merdices. Obviamente que não respeitava nenhuma das normas de segurança, mas também não conheço ninguém que tenha perdido um filho por este ter ficado entalado na cama. 

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A ESPREGUIÇADEIRA  DO BEBÉ 

PRESENTE

É na espreguiçadeira que o bebé passa grande parte do seu dia durante os primeiros meses. Elas balançam, têm música, tremem, têm bonequinhos pendurados, cantam, giram, dançam, pulam, existem em todas as cores, feitios, tamanhos e preços. O bebé ali fica, imóvel a olhar para o teto, contemplando o infinito. 

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ANTIGAMENTE  

Esta, era a espreguiçadeira. Constituída pela camada mais superficial da crosta, era composta por sais minerias dissolvidos na água intersticial, organismos e rochas em decomposição. Existia em tonalidades de verde ou castanho. Não tinha cintos protectores nem redes que protegessem o bebé. Era ele por si. 

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A BANHEIRA DO BEBÉ 

PRESENTE

Para todos os tamanhos e feitios. Umas com pés e portáteis, outras que se colocam dentro das banheiras dos adultos. De todas as cores e feitios, tamanhos e preços, são cómodas para os pais e para o bebé. Algumas são esponjosas, recheadas com penas de ganso africano e já têm incorporado, o conjunto de patinhos de borracha. 

 

 

 

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 ANTIGAMENTE

A mãe que dobrasse a espinha se quisesse dar banho ao bebé, que isto de estar direitinha enquanto se esfrega o rebento é para meninas. De cobre, a banheira era também ela rija c´mo um corno, mas cumpria o seu propósito. Não conheço ninguém que tenha sido banhado nestas condições e que tenha ficado com recalcamentos na hora do banho. 

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PRODUTOS DE HIGIENE DO BEBÉ

PRESENTE

Há um frasco para o cabelo, outro para o corpo, um de seguida  para os dedos dos pés, depois o creme para o cabelo, um para o rosto, três diferentes para o corpo, um gel para as dobras das pernas, um para o pescoço e finalmente, cinco para a pele atópica. 

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ANTIGAMENTE 

Havia isto. Dava para o bebé, para os pais, para a tia Idalina e aos Sábados, para lavar a roupa no rio.

Não haviam peles atópicas. 

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A COMIDINHA DO BEBÉ

PRESENTE 

No presente, iniciam os sólidos chupando uma rede. 

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ANTIGAMENTE

 Imaginem vós que as doidas, davam comida aos filhos com uma colher! Há gente para tudo, realmente. 

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A CADEIRA DA PAPA DO BEBÉ

PRESENTE

Ela não anda, ela desliza. Fala, reclina-se, voa, faz piruetas, mortais e também dá para o bebé se sentar e ficar bem preso e então, chupar a comidinha. 

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ANTIGAMENTE

Ai o bebé quer papar? Então, sente-se lá aí na cadeira dura c´omo um corno e pape! Eram estas as antigas cadeiras da papa. O Francisco usa uma em casa da minha mãe que era da nossa família, mas claro que comprei um assento almofadado no IKEA para lhe proteger o rabo e as costas. 

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 O PARQUE DO BEBÉ

PRESENTE

Enquanto a mãe faz as lides, trabalha no computador e afins, o bebé tem no parque o seu melhor amigo. Nele encontra cores, espaço para se ginasticar, brinquedos e outras demais distrações. Envoltos em rede para proteger os bebés de uma eventual fuga ou queda, os parques são muito seguros e confiavéis. É o paraíso de qualquer mãe e existe em todas as casas. 

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ANTIGAMENTE

O parque de antigamente tem dois braços, duas pernas e um colo quente. Está envolto em amor e ternura, era seguro e confiável e existia em todas as casas. 

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03
Abr16

Porque é que as mães falam tanto sobre cocó?!


O Unicórnio

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 Até há nove meses atrás não percebia porque é que as mulheres com filhos adoram falar sobre o cocó dos bebés. Agora entendo-o, sou solidária com o tema, acérrima defensora da diária visualização do dito e sua posterior verbalização para o mundo.

Quando o Francisco nasceu, nos primeiros dias de vida o que lhe saía pelo rabo era uma mistura de baba de alien com geleia real fora de prazo. Preto,  escorregadio, de consistência pegajosa e assustadora. Quando mudei a primeira fralda, soltei um grito agudo e prolongado (aiiiiiii!), pois nunca tinha visto um cocó tão gótico, tão vampírico, parecia um cocó saído dos contos do Edgar Allan Poe. A enfermeira na maternidade logo me descansou, explicando que aquele cócó era o mecónio, as primeiras fezes do bebé. Bem, o que é certo é que nos primeiros meses o Francisco fazia cocó 36 vezes por dia, e eram 36 fraldas que eu analizava, cheirava, visualizava microscopicamente e só depois, lixo!

Aos quatro meses quando o Francisco começou os sólidos e a experimentar diversos pratos, entre outros, feijoada, couves com feijão, entremeada com arroz de feijoca, petingas fritas, açorda de camarão, souflé de bacalhau em cama de espinafres ou até aveludado de espargos com pescada em molho de trufas negras da Patagónia, a coisa começou a complicar-se. Deixou de fazer cocó diariamente. Uma tragédia. De vez em quando tínhamos que recorrer ao bebegel e a coisa dava-se. Quando fazia cocó sozinho eu ficava tão contente que agarrava no Francisco e dançávamos o Kumbaya de frente para o espelho. Logo de seguida, ligava para o mêrapaz a dar a boa nova.  Era assim que se processava a conversa;

Unicórnio - Olha, fez cocó sozinho!

Mêrapaz - De que cor?

Unicórnio - Verde.

Mêrapaz - Claro ou escuro?

Unicórnio - Claro.

Mêrapaz - Mole ou duro?

Unicórnio- Assim assim, come si come sa.

Mêrapaz - Cheirava mal?

Unicórnio - Um horror.

Mêrapaz- Chorou?

Unicórnio – Não, mas fez muita força.

Mêrapaz – Quanta força?

Unicórnio – Tanta como daqui à Austrália.

Mêrapaz -  Ena pá. Isso é muita força.

Unicórnio – Pois é, é muita força.

 

Há pouco tempo não fez cocó durante três dias. Os meus pais, também preocupados, ligavam-me de manhã e à noite para saber se havia fumo branco.

 Avós – Então filha, novidades?

Unicórnio – Nenhumas.

Avós – Ainda não fez cocó?

Unicórnio – Ainda não.

Avós – Coitadinho, deve doer-lhe a barriga.

Unicórnio – Não se queixou, mas hoje tenho que recorrer ao estímulo rectal.

Avós – Ai, coitadinho.

Unicórnio – Tem que ser.

Avós – Mas se não faz há três dias deve ter cólicas daqui até à Austrália!

Unicórnio – Daqui até à Austrália não que é longe, mas se não fizer cocó até amanhã,  terá dores daqui até ao Reguengo do Alviela.

 

Nessa noite e depois de uma fralda cheia de substância e sem recurso a bebegel, liguei aos meus pais a comunicar a boa nova. Do outro lado, ouvi um enorme estrondo seguido de gritos histéricos. Para comemorar o feito, abriram uma garrafa de Moet & Chandon, soltaram o fogo de artíficio, e puseram no gira discos o single do Andrea Bocelli , “Hallelujah”.

 

Quando vou para o social, beber um café ou simplesmente fazer uma caminhada com uma amiga, a conversa principal e sempre mais importante é sobre o cocó do Francisco.  

 Amiga – Então Unicórnio, como estão?

Unicórnio –O Francisco fez um enorme cocó esta manhã.

Amiga – Combinei contigo este café porque tenho algo para te contar. Vou emigrar para a Suiça. Fui despedida.

Unicórnio – Se tu visses! Era enorme, caraças. E – NOR – ME!

Amiga - ... estou sem trabalho e preciso de pagar a renda.

Unicórnio – Verde e denso, foi da sopa de brócolos, só pode. Ele adora brócolos.

Amiga – Parto esta madrugada, estarei sem vir a Portugal um ano.

Unicórnio – Vê lá tu que não fazia cocó há dois dias! Mas hoje fez cocó, um grande e bonito cocó!

Amiga – Ando também com uma dor nos rins e fiz uma ecografia e o diagnóstico não é bom ...

Unicórnio – Até tirei uma fotografia e tudo, olha aqui! Encaracolava nas pontas e tinha duas cores, não é giro?

 A importância do cocó é inegável. Se for um cocó saudável, é porque o bebé está saudável e para uma mãe, não há nada mais importante e prioritário do que isso. Pode parecer estranho esta atenção quase obsessiva das mães pelo cocó dos filhos, mas minhas pessoas, ele é mais importante do possam pensar.

Falando nisso, vou vestir uns dos fatos de astronauta da Área 51 e mudar a fralda ao Francisco. Ontem pela primeira vez comeu couve. Não são precisos pormenores. 

 

03
Mar16

O meu filho não vai para o quarto dele tão cedo. O meu é bem melhor!


O Unicórnio

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Como é que eu vou deixar este chinoca de cabelo espetado dormir sozinho?!

Não me parece.  

 

O Francisco tem quase oito meses e o pai quer que ele ele deixe o nosso quarto, e vá para aquele que lhe pertence. Aquele quartinho em tons de cinza e branco que decorei e aprimorei com tanto amor e carinho.

Não me parece. Não quero. Oponho-me. Oponho-me veemente. Recuso-me a tal feito. Barafusto, digo que não, que é cedo. O pai diz que sim, que ele já tem idade para ficar sozinho toda a noite sem mim. Arranjo todas as desculpas para adiar a coisa:

Está frio; 

Está calor;

Está escuro; 

Está claro;

Está a nevar;

... e mais não sei quantas desculpas, mas, o mêrapaz não vai nisso. Diz que tem que ser. Respondo-lhe que se tal acontecer, dá-me um fanico. Entorno o caldo. Que endoideço e mando-me da ponte. Ele não quer saber e insiste, mas eu não estou preparada para ficar sem a minha migalhinha ali ao lado, a chamar-me de três em três horas durante a madrugada (às vezes menos), e a rabujar logo às sete da manhã. Que vai ser de mim? Como vou sobreviver? Como, meu Deus?

Andei toda a tarde a chorar pelos cantos, a lamuriar, a carpir a minha dor e o mêrapaz, com pena, chamou-me à sala. Esticou a perna, bateu três vezes no joelho e disse-me; 

- «Anda cá e senta-te aqui na minha perna». Sentei-me e ele abraçou-me. - «Não fiques triste, tens mais um mês. Em Abril ele vai para o quarto dele, ok? Mas tem que ser Unicórnio malvado, mentaliza-te».

Respondi-lhe que sim, que em Abril o Francisco vai para o quartinho dele. O mêrapaz sabe bem que é mentira, sabe bem que não vou conseguir deixá-lo ser independente assim às primeiras e que vou ficar com ele até aos 18 anos no quarto. No mínimo. 

19
Jan16

Coisas que dizia antes de ser mãe ...


O Unicórnio

... e que valia mais ter ficado calada.

 

Uma amiga deu-me a notícia de que está grávida. Foi apanhada de surpresa , não esperava engravidar mas está feliz. Se não estiver, três galhetas na tromba e o choque passa-lhe.

Falámos um pouco sobre o futuro e o único conselho que lhe dei como mãe de primeira viagem, foi:

- “Olha Cleide Patrícia não comeces a armar-te aos cucus e a dizer que sabes como será a tua gravidez e como serás como mãe, que se for como me aconteceu, não acertas uma. Se quiseres pormenores, logo à noite explico-te no blog e irás perceber.”

 

E tal como prometi à Cleide Patrícia, aqui explico o porquê do meu alerta. É que pensamos  coisas diferentes antes e depois de ter um bebé.

 

O que eu pensava antes de ser mãe: «Quando engravidar não vou engordar quilos e quilos».

A realidade:  Ahahahahaha. Eu disse isto? Eu, a sério?! Pois olhem, engordei vinte! Atenção que não comi fast food ou bolos. Foi tudo culpa das couves com feijão, do entrecosto com migas, de ter deixado de fumar e pronto, vá lá, do hipotiroidismo. Dez ainda cá moram. Foi incontrolável. Portanto, não digas que só vais comer ervilhas e respirar o sol que não adianta. Dá fome. Muita. Nossa Senhora, tanta fomeca.

 

O que eu pensava antes de ser mãe: «Quando estiver grávida, não andarei de perna aberta e com as mãos nos rins e a arrastar-me como se tudo me doesse».

A realidade: Mais uma treta das grandes. A partir do sétimo mês só não me arrastei de joelhos porque também não me conseguia dobrar. Era tanto o inchaço e desconforto que por minha vontade,  tinha passado as últimas semanas deitada, a ser alimentada à colher e de fralda posta. Caríssima Cleide, deixa-te lá andar normalmente que daqui a uns meses terás um andar novo.

 

O que eu pensava antes de ser mãe: «Não percebo porque é que algumas grávidas se desmazelam tanto na gravidez, serei uma grávida impecável».

A realidade: Fui uma grávida impecável até ao sétimo mês. Sempre maquilhada, bem vestidinha (apesar da roupa de grávida ser feia de bradar aos céus), até que tudo deixou de me servir, excepto as calças da ginástica e as camisas do mêrapaz. Nem vou comentar o estado das minhas pelosidades que quase se entrançavam, impedindo-me de andar. Aproveita enquanto consegues ver as pernas e a patareca.

 

O que eu pensava antes de ser mãe: «Depressão pós - parto?! Que é isso? Doença da moda?!»

A realidade: Ora toma lá uma pelo focinho para não seres parva. Tive e bem considerável! Até aos 3/4 meses do Francisco a coisa esteve complicada. Já passou.  Um dia esmiuçarei a situação aqui no blog.

 

O que eu pensava antes de ser mãe: «Se um dia tiver um bebé não irei acostumá-lo a dormir na cama dos pais. É um mau hábito».

A realidade: Oi?! Quê?! Eu disse isto? Não pode. A sério? Desde que uma vez deitei o meu Francisco na minha cama durante a tarde e ele comigo dormiu uma sesta de três horinhas seguidas, que conheci o paraíso.Uma vez por dia, nada me tira o prazer de ver aquela carinha virada para mim a adormecer a sorrir.  

 

O que eu pensava antes de ser mãe: « As minhas amigas mães,dizem que ficaram com menos amizades desde o nascimento dos seus bebés. Isso não acontecerá comigo».

A realidade: ahahahahahahha. E é só.

 

O que eu pensava antes de ser mãe: «Se um dia tiver um bebé, ele vai para o quartinho dele aos quatro meses».

A realidade: Oi?! Quê?! Eu disse isto? Não pode. A sério? Pois meu Francisco tem seis, e só sairá do meu quarto aos 18!

Anos.

Aos 18 anos.

 

O que eu pensava antes de ser mãe: «Quando tiver um bebé, ele irá para a creche bem cedo. Não há nada melhor que um bebé em contacto com um ambiente dinâmico e com outros bebés».

A realidade: Mais um tiro ao lado. Ninguém mo tira dos braços. Nem à força. Ainda estou em casa e gostaria de ficar. Preciso de trabalhar, mas amo-o mais que ao dinheiro.  Talvez me saia o euromilhões.

 

Vês, Cleide Patrícia? Deixa-te lá estar sossegadinha a viver plenamente o teu estado de graça, sem aspirações e anseios que isto é tudo muito bonito, mas é quando não estamos ainda bem envolvidos no acontecimento. Desfruta e sorri.

Quanto às pérolas maravilhosas que vais começar a ouvir de outras mães, sobre partos, cocós, patarecas, hemorróidas e afins, amanhã também te explicarei isso aqui no blog. Beijinhos e festas aí no Leandro Emanuel (é um rapaz, não te iludas).

 

13
Jan16

Dizem que o meu Francisco está gordo e eu digo que não estão bons da cabeça.


O Unicórnio

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Pela primeira vez coloco uma foto minha e do meu pequeno Unicórniozinho. Que nervos senhores, que nervos! 

 

Dizem que o meu Francisco tem excesso de peso. Diz o pediatra que o segue, a enfermeira e a médica no centro de saúde. O Francisco nasceu às 36 semanas com 3.080 kg, um bebé com óptimo peso, portanto. Se tivesse nascido às 40, desgraçada da minha patareca. Como estava sentadinho e bem confortável , foi de cesariana (tema que abordarei em breve).

Ora o moço, meu rico Francisco, nos dois primeiros meses teve um crescimento lento, sempre no percentil 15, até que a partir dos três meses passou para o percentil  85 (pesa 9.300 kg e tem seis meses).

Ora e porquê?

Porque gosta das mamas da mãe.

Ora e porquê?

Porque as mamas da mãe têm leite. 

E porquê?

Porque é do que os bebés se alimentam, pois claro.

 

O problema do meu filho, diz o pediatra, é que “mama de três em três horas de noite e isso engorda-o”. Sim, verdade, verdadinha o meu filho mama de três em três horas de noite.

O pediatra, diz também que “a partir dos quatro meses os bebés já não precisam de mamar de noite”, ao que eu respondi;

- Não precisam uma porra, precisa o meu que acorda aos berros e mesmo que lhe coloque a chucha na boca ele consegue estar hora e meia a gritar até lhe espetar com a mama!

 

Bem, adiante. O pediatra, achando-o gordo, receitou Melamil, um suplemento natural que digamos... deveria pô-lo a dormir. Bem, mentalizada pelo médico que realmente o Francisco estava com excesso de peso,  dei-lhe aquilo algumas vezes mas não surtiu efeito. Experimentei depois o Alivit Bons Sonhos (um chá) e deu resultado...três vezes.

Conclusão; de três em três horas voltou a acordar para mamar. Então pensei, refleti e é o seguinte minha “gentji”;  se é esta a natureza dele, se  tem fome de noite, sede de mimo, necessidade de aconchego, saudades da mãe , o que for,  só tenho que lhe satisfazer as vontades. Ele tem tempo quando começar a andar de não engordar tanto. Se há quem pense o contrário, que estou a fazer mal, que o deveria por em dieta...parabéns à prima que a burra está bêbada (ouvi isto nalgum lado e achei um piadão, estava mortinha por usar esta frase).

Cada mãe sabe de si e se o meu bebé precisa de mim de três em três horas faz ele muito bem, é reflexo de que tem bom gosto, que gosta de estar bem acompanhado e que gosta de conviver com gente interessante.  

21
Dez15

As pessoas que não têm filhos, não fazem ideia do quão difícil é conseguir sair de casa


O Unicórnio

Os bebés são uns sabichões. Os bebés sabem muito bem quando nós, mães, temos que sair de casa para ir a algum lado e então, fazem de tudo para que isso não aconteça.

Cá para mim, quando estou para sair o meu Francisco pensa assim;

-" Ah...combinaste ir ter com a tua amiga? Deixa que já te dou o arroz. Vou começar a berrar e tu vais ter que me enfiar uma mama na boca para me calar e já não vais para lado nenhum".

E é o que acontece. Ou então; 

-" Ah... tu queres ir ao ginásio? Deixa que te vou mostrar o poder da sopa de espinafres que me deste ao almoço. Vá, limpa!"

Vamos lá a ver se é esta semana que consigo; 

- Ir ao ginásio; 

- Ir beber café com um amigo que publicou um livro e não pude ir ao lançamento; 

- Fazer uma massagem que me ofereceram de prenda de anos em 2014 e que ainda não fiz; 

- Reunir - me com algumas pessoas para falar de trabalho; 

- Pintar o cabelo; 

- Receber cá em casa uma amiga que já tentou vir várias vezes, mas o meu F. adivinha que ela vem, e faz grande fita toda a tarde. 

 

 

 

01
Out15

Dicas para amenizar o refluxo oculto.


O Unicórnio

Ainda no prosseguimento do meu post sobre o refluxo oculto, deixo algumas dicas que emprego no meu Francisco para tentar suavizar o problema.

Obrigada às mães que me enviaram palavras de solidariedade e de cumplicidade.

  • No fim de cada mamada, o Francisco fica no mínimo, 40 minutos em pé no meu colo. Assim, é bem mais difícil o leite voltar.
  • Deito-o SEMPRE de lado. Sim, sim, os médicos agora dizem para os bebés ficarem de barriga para cima, mas … guess what? Das vezes em que o meu filho se engasgou estava SEMPRE de barriga para cima. De lado, desenrasca-se com mais facilidade.
  • Comprem um sling ou um marsúpio. O pediatra aconselhou a trazer o bebé o máximo possível em pé. Isso só é conseguido com o sling.
  • Não encham o bebé de leite. Vale mais dar mais vezes do que lhes encher o estômago de uma vez só.
  • Se chorarem muito e pedirem mama, mas se tiverem a barriga cheia, não os ponham de novo ao peito. Quando pedem mama fora do horário das refeições, é porque têm dor e o leite combate o ácido, mas é um ciclo. Quanto mais bebem, mais refluxo.
  • Muito colo e mimo. Quando o Francisco ainda não estava medicado, chorava dia e noite ( com a tal azia), a única coisa é dar colo, muito.
  • Bebé no berço a chorar? Cá em casa isso não se usa.
  • O meu Francisco já chora menos desde que toma Nexium (omeprazol), que consiste num antiácido que alivia a dor.
  • Nas primeiras semanas ficava 24 horas a olhar para ele. Mas, aprendi que mãe cansada e desatenta vale pouco. Tentem dormir, é difícil nos primeiros tempos, mas acreditem que depois consegue-se.

 Atenção que estas dicas não são lei. Funcionam com o meu Francisco.

29
Set15

As mães têm um sexto sentido. Que isso nem se discuta.


O Unicórnio

Há cerca de mês e meio foi diagnosticado ao Francisco, refluxo oculto. E o que é esta porra de refluxo oculto, perguntam-me. É uma coisa chata, chata, pior que cólicas. O meu bebé mama e no fim, o leite anda a passear durante horas, esófago acima, esófago abaixo provocando dor, desconforto, excesso de salivação e (o que já aconteceu e que levou a um internamento), alguns episódios de apneia. Sim, estes episódios são do mais stressante que possam imaginar, levando a que o vigiemos 24 horas. 

Quando o Francisco tinha um mês, comecei a ouvir uns sons estranhos que ele emitia, principalmente de noite e é claro, durante noites a fio não dormi, pois aquele barulho preocupava-me. O pai, dizia que era imaginação minha, outros, diziam que eu era mãe de primeira viagem, logo, estava a delirar.

Continuei  a ouvir os ditos sons e continuaram a dizer-me (pediatra e médica de família) que não era nada. Até que um dia, ao levantá-lo do berço e a pousá-lo para lhe mudar a fralda, o Francisco ficou sem respirar, agitando somente braços e pernas e a mudar de cor. Virei-o de barriga para baixo e consegui que voltasse a respirar. De imediato fomos para o hospital. Mandaram-me embora para casa, eram “coisas normais que acontecem aos bebés”, justificaram.  

À noite, o episódio repetiu-se com o pai. Bebé deixa de respirar e teve que ser socorrido. De novo fomos para as urgências, mas desta vez, fui agressiva na minha queixa e disse que só sairia de lá com uma solução, pois era impossível vir para casa com um bebé com episódios de apneia. Ouviram-me e internaram o Francisco. Conclusão? Descobriram durante a noite que ele tinha refluxo oculto e o barulho que eu ouvia era o leite que estagnava na garganta provocando apneia.

Desde esse dia que o Francisco passou a ser medicado para a as dores (eram muitas e chorava desalmadamente dia e noite). A solução para o problema, passará com o tempo e quando começar a comer papas, amenizará.  Hoje em dia, é um bebé muito mais bem disposto e risonho, tem menos dores, apesar de continuar com o problema. Eu também já descanso um pouco mais, apesar de viver 24 horas de olho nele. Mudei-me temporariamente para casa dos meus pais, para me sentir mais segura e para ter apoio na vigilância ao bebé. Agruras de mãe, eu sei, mas tudo passará.

A foto mostra-nos juntinhos no marsúpio, meio de transporte muito utilizado cá em casa. Devido ao problemazinho, ele tem que andar em pé o máximo de tempo possível. 

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02
Mai15

A verdade.


O Unicórnio

Há pouco na cozinha.

Unicórnio: - Viste a Kate? Pariu de manhã e de tarde já andava toda lampeira a acenar aos fotógrafos penteadinha e maquilhada. Porra, há fulanas com uma genética que até mete nojo. 

Mêrapaz: - Mas tu achas que ela teve hoje a bebé?! Já a teve há dois dias e só agora apareceu! Ou tu achas que aquilo é cabelo e cara de quem acabou de fazer força?!

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