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O Unicórnio

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O dia a dia de um Unicórnio. Suas inspirações, aventuras e desaires.

O Unicórnio

28
Set16

Vou casar.


O Unicórnio

No dia em que casei, disse ao mêrapaz que quando fizéssemos dez anos de casados, recasaríamos. Eu, cachopa que nunca quis casar, casei uma vez e casar-me-ia todos os dias, porque adorei casar. Ficou combinado que quando comemorássemos uma década de vida em comum, convidaríamos família e amigos chegados para uma festa singela.

Ora, aqui está a minha definição de festa singela.  

 

O convite

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 Já lá vai o tempo de mandar arroz aos noivos, o que está a dar é mandar alpista.

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 Nem vou dizer o quão adoro este vestido. O que vale, é que ainda tenho dois anos para ficar em forma (Deus me ouça, Deus me ouça). Adoro o cabelo num apanhado despenteado. 

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 Os canitos cá de casa. 

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 Ao ar livre. Com lâmpadas penduradas numa árvore e uma mesa rústica. 

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 Não sou moça de flores, mas gosto de suculentas, pois são resistentes e não morrem à primeira. 

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 Fotos: Pinterest

28
Set16

Receita de granola para quem não gosta de granola.


O Unicórnio

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 Foto:Pinterest

Ando há muito para encontrar a granola perfeita. Reconheço que experimentei algumas de supermercado e com toda a verdade vos digo: sabem a alpista. Sim, já provei alpista. Todos nós temos um passado, ok?

Nunca fui moça receptiva a esta nova onda de comida saudável, que se afigura insípida e com pouca substância.  Gosto das couves com feijão da mãe, do arroz com feijão e entrecosto do pai e restantes pratos leves. Mas, como fui mãe há um ano e ganhei muito peso após o parto, devido à amamentação que me tornou uma loba bruta por comida com mais dez quilos, lentamente tenho andado numa fase de mudanças de hábitos alimentares.

Decidi começar pelo pequeno almoço. Adoro ver fotos no Insta, de bloggers boho-chics que comem iogurtes gregos com granola em potes de vidro. Nas fotos tudo me parece lindamente, quando provo, parece que estou a comer o rebordo de uma tupperware de 1970.

Uma amiga, a Sofia Graça,  perita nestas coisas de alimentação biológica/saudável, cedeu-me a sua receita milenar de granola caseira que convosco partilho. Parece-me sugestiva. Agora, é encontrar todos os ingredientes... tarefa que me parece hercúlea. Onde raio se compra óleo de côco?

Quando conseguir “montar” toda receita, colocarei aqui as fases do processo, bem como a avaliação final.

 

Granola

Ingredientes: • 400 gr de aveia (em flocos); • Meia chávena de mel; • Uma colher de sobremesa de óleo de côco; • Meia chávena de côco ralado (eu ralo o meu próprio côco); • Meia chávena de frutos secos (à escolha); • Meia chávena de sementes (uso sésamo, girassol e abóbora); • Pode-se usar pepitas de chocolate, bagas de Goji, passas, damascos secos (eu uso Goji).

 

Como fazer?

  1. Coloque os flocos numa taça grande; 2. Aqueça um pouco o mel e o óleo para ficarem em estado líquido (aquecer muito pouco); 3. Misture o mel e óleo com os flocos; 4. Coloque num tabuleiro e leve ao forno a cerca de 120º até ficarem levemente dourados (é precisa muita atenção para que não queimem); 5. Mexa os flocos, de 5 em 5 minutos, para não queimar; 6. Retire do forno e adicione os restantes ingredientes; 7. Deixar arrefecer e guardar num recipiente de vidro com tampa.
17
Set16

Quando uma janela velha retorna à vida


O Unicórnio

Pegar numa peça antiga e dar-lhe vida é algo recorrente cá em casa. Meu pai, possui um enorme talento para restauro de mobiliário antigo e decoração, e eu tento ultimamente seguir-lhe os passos. Há muito que gostaria de aproveitar janelas e portas antigas que temos guardadas e que outrora fizeram parte da nossa história familiar. Ambos pusemos mãos à obra. Idealizei a peça, Zé Mota deu-lhe vida.

Quis algo que pudesse usar como iluminária/suporte de flores para uma parede interior que tenho no apartamento e que servisse ao mesmo tempo de bengaleiro. Não pretendia uma peça nova, fabricada em massa, queria algo antigo, com história e durável.

Todas as peças em ferro têm dezenas de anos. Está pronto. Não sou de falsas modéstias e é de peito inchado que vos digo que ficou lindo. Já temos o próximo projecto em mãos e estou ansiosa por começar. Desta vez, uma porta antiga maravilhosa que está a pedir que a ressuscitem.

 

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 Só falta o suporte para colocar na parede que terá de ser bem resistente dado que a madeira é maciça e tem um peso bastante considerável. 

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 Os frascos são de iogurte. O ferro, foi trabalhado pelo meu pai para segurar na perfeição o boião.

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Os apliques em ferro, já fizeram parte de mobiliário antigo. 

 

 

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 Optámos por lixar a janela, que no passado, já tinha sido pintada várias vezes. Para dar um ar mais rústico, fomos à procura da cor de raíz. 

20
Jul16

Não vou ser gorda para sempre.


O Unicórnio

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“Temos que aceitar o nosso corpo como ele é, mesmo que não seja o corpo que idealizamos e gostamos.”

“Não somos o nosso exterior, somos o interior.”

“O corpo é só o pacote, o que interessa é o que está lá dentro.”

 

E rebéubéubéu e por aí adiante. Estes dizeres são todos muito bonitos e fofinhos, mas para mim não servem, são só desculpas. Reafirmo: para MIM não servem.

Desde que engravidei do pequeno chinoca que cresci abundantemente para todos os lados. Cresci imensamente, fiquei uma pipa, uma pequena foca, uma baleiazita, um pinguim, um texugo, um barrote, uma coisa redonda. Para além de ter sofrido de uma fome desgraçada (ai, que fome, meu senhores!), deixei de fumar (o que mais fome dá) e descobri que tinha hipotiroidismo . Resumindo: o cocktail perfeito para justificar mais de duas dezenas de quilos ganhos. Nascido o Francisco, metade foi à vida de imediato.

 

“Vais ver que ao dares mama, vais perder esses quilos num instante.”

“Amamentar é a melhor forma de emagrecer”.

 

MENTIRA! No meu caso, dar mama (o que ainda acontece), dá-me uma fome desmesurada, surreal, fico voraz, um alarve, desesperada, esganada. Ou seja, perdi uns e vieram outros. Nos primeiros seis meses do Francisco, cada vez que ele mamava eu comia um bife acompanhado de três bifes.

Caríssimas senhoras que ficaram magras ao dar mama: parabéns, espero que sejam felizes e magras para sempre e que Nossa Senhora vos acompanhe.

 

“O corpo leva nove meses a ir ao sítio”.

“Nove meses a engordar, nove meses para emagrecer”.

A isto, eu comento assim: ahahahahaha!

 

“Não importa se ficaste gorda, o que importa é o bebé que tens.”

“Olha para o teu filho e vais ver que os quilos a mais não importam”.

Certo. Tenho o bebé mais lindo, simpático, alegre, saudável, maravilhoso do mundo que amo acima de qualquer pessoa, de qualquer coisa, mas isso não pode ser desculpa para continuar gorda, lamento. Esse foi o mantra que em silêncio repeti, e  até agora não tem resultado. Não me sinto bem comigo, nada me serve e tenho vontade de esganar as mães magras que por mim passam e assumo, sem probleminha nenhum, que morro de inveja de quem tem o corpinho que eu tinha (não era nenhuma estampa, mas era jeitosinho).

 

Este clic! deu-se quando ontem cheguei à praia e não consegui despir-me. Comecei a olhar em volta e a observar outras mães que tal como eu, não estavam na sua melhor forma, mas estavam em biquinis e muito descontraídas. Fiz o mesmo e despi-me, mas sempre preocupada em respirar devagarinho, para não dilatar a barriga. Cheguei ao final do dia com arritmias só por ter esforçado a barriga a meter-se para dentro.

Odiei o meu corpo. Detestei-o. Só tinha vontade de afogar o cabrão, mas como não consigo faze-lo e sobreviver a isso, tive que me resignar a estar deitada na areia e a ser confundida com um vidrão.

O que vale, é que na praia há sempre quem seja mais gorda que nós e isso estimula a que percamos a vergonha, pois pensamos na nossa velhaquice: - Ena, aquela gordalhufa que está ali! Se ela pode estar em biquini, eu também posso!

A merda, é quando nós próprias somos “aquela gordalhufa que ali está”, e somos  o estímulo para que outras se dispam. Um terror.

 

A questão aqui é que preciso de emagrecer e de voltar a ficar como me sinto bem e isso é o mais importante. Não me venham com merdices de que “tenho que aceitar”, ou “isso agora não interessa nada”, ou o “és linda na mesma, coisinha sexy”, que tenho que fechar a boca de vez. Obviamente que não vou passar fome, pois adoro amamentar o meu Francisco e quero que ele continue a ser sofrego pelas minhas mamas, mas vou ter que ser determinada (até porque sempre o fui) e decididamente, alterar os meus hábitos alimentares e voltar a ser feliz com o meu corpo. Isso sim, é o mais importante. Mas não pensem que me vou render à alimentação da moda à base de alpista, alfarroba, milho desfeito e coisas parecidas todas enfiadas num fraco, acompanhadas por folhas de beldroegas e urtigas frescas! Nada disso, até porque sou pessoa que gosta de comer e pessoa que gosta de comer coisas boas, coisitas saborosas e típicas.

Não quero dizer com este texto (não vá surgir por aqui alguma representante do sindicado das mães anafadas) que tenhamos que ser todas magras depois de ter um filho. Fait attention! Não é isso. O que eu quero dizer, é que não sou feliz com o meu corpo inchado que nem um carro blindado e por isso, vou emagrecer e ser ainda mais feliz. É só. Vou mesmo. Mi aguardem! Ah! Vou começar segunda feira, até porque estou de férias e ainda tenho que mamar uma bola de berlim que são mesmo, mesmo, mesmo boas.

17
Mar16

O pediatra bem tenta que o mude de quarto... mas ainda não foi desta.


O Unicórnio

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Ontem fomos a uma consulta de pediatria ao Hospital S. André em Leiria. Desde que o Francisco lá esteve internado tinha ele um mês de vida, que tem sido seguido pelo Dr. João do Ó, um médico atencioso e simpático que cada vez que lá vou com o meu pequeno unicórnio, pressiona-me carinhosamente para mudar o Francisco para o seu quarto sozinho para evitar que acorde tantas vezes de noite e não mame tanto (o rapaz está bem apessoadinho e pelo caminho que leva, andará comigo ao colo em pouco tempo). A consulta foi assim: 

 

Médico: - Quantas vezes acorda o Francisco de noite para mamar? 

Unicórnio: - Algumas. 

Médico: - Os bebés com oito meses não precisam de comer de noite. 

Unicórnio: - Acredito. Mas o Francisco é comilão. 

Médico: - Tem que ir dormir para o quarto dele. 

Unicórnio: - Sim, sei disso. Para o mês que vem, faço-o. 

Médico: - Não. Tem que ser mais cedo. 

Unicórnio: - Então, para a semana. 

Médico: - Não. Tem que ser hoje. 

Unicórnio: - Hoje?! Não pode ser. 

Médico: - Não!? Porquê?

Unicórnio: - Porque está frio. 

Médico: - Não está frio nenhum. Não invente desculpas. Sei que vai custar mas ele tem que ir para o quarto dele. 

Unicórnio: - O Dr. garante-me que se ele for para o quarto sozinho que não acorda mais de noite?. 

Médico: - Não posso garantir isso...

Unicórnio:- Então pronto. Fica onde está. 

 

 

 

03
Mar16

O meu filho não vai para o quarto dele tão cedo. O meu é bem melhor!


O Unicórnio

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Como é que eu vou deixar este chinoca de cabelo espetado dormir sozinho?!

Não me parece.  

 

O Francisco tem quase oito meses e o pai quer que ele ele deixe o nosso quarto, e vá para aquele que lhe pertence. Aquele quartinho em tons de cinza e branco que decorei e aprimorei com tanto amor e carinho.

Não me parece. Não quero. Oponho-me. Oponho-me veemente. Recuso-me a tal feito. Barafusto, digo que não, que é cedo. O pai diz que sim, que ele já tem idade para ficar sozinho toda a noite sem mim. Arranjo todas as desculpas para adiar a coisa:

Está frio; 

Está calor;

Está escuro; 

Está claro;

Está a nevar;

... e mais não sei quantas desculpas, mas, o mêrapaz não vai nisso. Diz que tem que ser. Respondo-lhe que se tal acontecer, dá-me um fanico. Entorno o caldo. Que endoideço e mando-me da ponte. Ele não quer saber e insiste, mas eu não estou preparada para ficar sem a minha migalhinha ali ao lado, a chamar-me de três em três horas durante a madrugada (às vezes menos), e a rabujar logo às sete da manhã. Que vai ser de mim? Como vou sobreviver? Como, meu Deus?

Andei toda a tarde a chorar pelos cantos, a lamuriar, a carpir a minha dor e o mêrapaz, com pena, chamou-me à sala. Esticou a perna, bateu três vezes no joelho e disse-me; 

- «Anda cá e senta-te aqui na minha perna». Sentei-me e ele abraçou-me. - «Não fiques triste, tens mais um mês. Em Abril ele vai para o quarto dele, ok? Mas tem que ser Unicórnio malvado, mentaliza-te».

Respondi-lhe que sim, que em Abril o Francisco vai para o quartinho dele. O mêrapaz sabe bem que é mentira, sabe bem que não vou conseguir deixá-lo ser independente assim às primeiras e que vou ficar com ele até aos 18 anos no quarto. No mínimo. 

28
Jan16

Esta entrevista tem moços nus e com abdominais definidos


O Unicórnio

RUBRICA «BLÁ, BLÁ, BLÁ» com o ator CARLOS M. CUNHA, 54 anos

Eu sou o pai! O duro, com rigor, com verdade. Mas amigo, meigo, quiçá lamechas

 

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Que os três moços dos COMMEDIA À LÁ CARTE têm piada já sabemos, mas como o assunto principal do blog é esta coisa maravilhosa da maternidade / paternidade, escolhi o Carlos M. Cunha para ser o primeiro entrevistado desta rubrica para falar do seu papel de pai e avô. Escolhi-o porque gosto muito do moço, porque tem uma filha com 30 anos e um com seis, e porque é a única figura pública que conheço.

 

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Pai de Ana Filipa (30), Salvador (8) e Antonio (6)

Avô da Leonor (7) e do Lourenço (uma semana de vida)

 

 

Tiveste a tua filha aos 23 anos e depois repetiste a proeza mais de vinte e cinco anos depois. Estavas com saudades de limpar o coto umbilical, das massagens para as cólicas e de passar Halibut no rabinho?

Na realidade, até estava satisfeito com a filha que tinha, mas a circunstância de ter casado com alguém muito mais novo que eu, e com vontade de ser mãe, despoletou essa vontade de ter mais filhos e ainda bem!

 

 Educas os teus mais pequenos da mesma forma que educaste a tua filha? O que mudou?

No essencial, sim. Os mesmos valores, as mesmas linhas orientadoras da boa educação, do respeito pelos outros e por si mesmos. O que mudou? Talvez uma maior consciência do que é ser pai. Mais responsabilidade, mais temperança, mais assertividade nas exigências.

 

És filho, pai e avô. Desempenhas bem os três papéis?

Como filho sou um chato. Como pai também. Como avô (e como todos , penso) sou muito mais permissivo.

 

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Com o neto Lourenço que nasceu há uma semana

 

 

Conheço-te há vários anos e sei que deste uma grande trabalheira aos teus pais. Algum dos teus filhos tem esse teu espírito rebelde e indomável?

O António! Mas toda a sua rebeldia é compensada com uma doçura desarmante!

 

És um pai muito bom a dar opiniões e a orientar, ou és um pai que arregaça as mangas e mete-se ao trabalho?

Como sabes, vim para Lisboa única e exclusivamente para estar perto deles e acompanhar o seu crescimento. Como vivo sozinho, tenho mesmo que arregaçar mangas, calças, e o que houver para arregaçar. Sim, faço de tudo e adoro fazer. Deixa- me partilhar isto contigo e com os leitores do teu blog: acabei de os deitar, e nos momentos anteriores a desligar a luz, disse-lhes que nada me dava maior paz interior e prazer pessoal, que estar a trabalhar aqui na sala ao lado, ou a simplesmente a relaxar e saber que os tenho ali ao lado a dormir, serenamente.

 

Pensamos sempre que não vamos fazer as mesmas coisas que os nossos pais. É mentira?

Não. Depende muito da informação que foste recolhendo ao longo da vida, e de como interpretas o teu papel. No meu caso por exemplo, o meu pai não me educou, estava demasiado ocupado a trabalhar de dia e de noite para que nada nos faltasse, enquanto a minha mãe nos ensinava as regras básicas de ser pessoa, de como deveria ser o nosso comportamento em sociedade, etc. De qualquer forma, o meu pai transmitia o seus valores através do exemplo. Hoje em dia temos também outro factor: filhos de pais separados, que condicionam de alguma forma a comparação.

 

O que é que te faltou como filho que agora tentas compensar como pai?

Digo todos os dias aos meus filhos que os amo incondicionalmente. Que a minha vida é riquíssima por via deles. Não quero dizer que não senti amor dos meus pais, ou que não senti amado. Nada disso. Outros tempos...

 

Qual a tua postura perante os teus filhos; a de autoridade paterna ou de melhor amigo?

Autoridade! Eu sou o pai! O duro, com rigor, com verdade. Mas amigo, meigo, quiçá lamechas qb.

 

És daqueles pais cheios de mariquices «ai não ponhas aí a mão que isso tem germes, credo», ou és despreocupado e dás liberdade aos putos?

A maior liberdade, para a maior responsabilidade! E quando é hora de mexer na terra, de cagar as mãos, força!!!

 

Ainda tens um pouco de Peter Pan ou já te mentalizaste que és um homem com mais de cinquenta anos, adulto e responsável?

Comecei este ano a entender que preciso de viver pelo menos mais 20 anos, pois eles vão precisar de mim. Isso fez-me descer um pouco mais à Terra, tornou - me mais organizado e com um olhito no futuro, coisa que nunca me preocupou.

 

Os teus filhos dizem-te que és o melhor pai do mundo?

Dizem pois. E complementam com: ó pai eu «adóiote»!!! E pronto…eu afogo me em baba….

 

O que dizem os teus olhos? (Desculpa, não consegui conter-me).

Que preciso de óculos!!!

 

 

25
Jan16

Finamente larguei o pijama e vesti algo sexy!


O Unicórnio

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Acordei determinada, corajosa, motivada, cheia de genica para cuidar de mim, uma valentona. Explicarei adiante o porquê.

Tenho vivido estes seis meses para o meu Francisco, para atender a todas as suas necessidades, para lhe prestar todos os cuidados, tentando ser melhor mãe possível, tal como fazem todas as mães, ou quase todas. Esqueci-me de mim, das minhas sobrancelhas, da depilação, de pentear e pintar o cabelo, da roupa gira de inverno que está a ganhar mofo, de ir beber café, de conversar com as amigas.

Depois de uma depressãozita pós parto, só agora é que  tenho conseguido libertar-me um pouco desta dependência que sei ser «exagerada», de  não conseguir estar longe do meu filho durante cinco minutos. De vez em quando já consigo sair sozinha e deixá-lo (devidamente acompanhado, é claro), mas não é fácil.

Ele manda em mim, sem dúvida.  Obviamente que este é um «emprego» maravilhoso e o patrão não poderia ser mais bonito, cativante e simpático, mas confesso; é cansativo como o caraças, porra! Acorda, mudo a fralda, mama, faço a cama, as camas, levanto-o, brinco, como o pequeno almoço, brinco, coloco-o a dormir, apanho roupa, estendo roupa, passo a roupa, às vezes quero é que a roupa se fornique, varro o chão, lavo a loiça. Ele acorda, levanto-o, dou a sopa, a fruta, arrota, brinco, fica com sono, dorme, almoço, lavo a cara, os dentes, ele acorda, mama, arrota, brincamos, mêrapaz chega. Faço o jantar, preparo-lhe o banho, janta, arrota, cama e dorme. É isto mais ou menos a vida de quem está em casa com um bebé, ou pelo menos, a minha é assim. Obviamente que adoro estar e cuidar dele, mas sei que também preciso de recomeçar a viver a minha vida, a retomar os meus hábitos,a minha vida profissional e social.

O tempo não tem ajudado a sair, tenho passado os dias de pijama e a vontade de me arranjar, de vestir algo mais ousado, de passar um baton, é nula. O mêrapaz sai de casa, estou de pijama, chega a casa, estou de pijama. Deve andar com a líbido de uma amiba. Mas hoje não, caraças, hoje não!Hoje foi diferente! Olhei-me ao espelho e pensei:

«Unicórnio, solta a crina e veste outra coisa. Uma camisa, põe um colar, deixa lá a merda do pijama».

Posto isto e imbuída deste espírito renovador, desta brisa de optimismo, deste rasgo de consciência feminina e de querer sentir-me de novo uma mulher gira e interessante, sexy e ousada, despi o pijama, abri o armário cheio de roupa maravilhosa e vesti o fato de treino.

 

23
Jan16

Pensem o que quiserem: só dou mama de um peito e a criança está de perfeita saúde, anafada e bem nutrida.


O Unicórnio

 

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Para além de ser Unicórnio, sou também «Unimama».

Soprem ó ventos, ressoem trompetas, rufem tambores, tilintem pandeiretas, toquem os ferrinhos que eu, Unicórnio, dou de mamar há cinco meses só de uma mama. Aposto que estão a esfregar os olhos de incredulidade, pensando;

«Como  é possível isso Unicórnio, como é possível, caramba pá?»

«Ai ,desgraçadinho do cachopo que anda com falta de nutrientes, que chatice».

«Nossa senhora de Fátima ajude esta mãe que deve ter uma mamalhão cheio de leite e uma mamalhinha que murchou».

Das três assumpções acima possíveis, só uma está correcta, ora adivinhem lá. Pensem o que quiserem caros leitores: só dou mama de um peito e a criança está de perfeita saúde, anafada e bem nutrida.

Tudo começou há alguns meses quando meu querido e adorado Francisco começou a rejeitar a mama direita. Eu insistia. Ele rejeitava. Eu insistia. Ele rejeiva e chorava. Eu insistia e ele rejeitava, brigava, chorava e gritava. Desisti da direita e foquei-me na esquerda e ele adorou a ideia de parar de lhe moer o juízo, agradeceu e assim estamos até hoje.

Não me venham as extremista do *«Aleitamento Materno do VII Dia do Advento do Mamilo» que andam sempre a criticar as mães que por este ou outro motivo, deixam de amamentar, aqui para o meu blog comentar que «deveria ter insistido que ele mamasse da direita» e que por isso sou má mãe, que comigo não têm sorte e lhes faço de imediato um manguito.

«Como é possível?», perguntam vós, curiosos e de boquinha aberta. É perfeitamente possível, respondo. Mama normalmente sempre da mesma e por vezes, só com duas horas de intervalo, o mamão! Obviamente que no início doeu, fez ferida, aquelas coisas todas que sabemos mas ultrapassei o problema e hoje a mama até já tem um calo (mentira). Conto conseguir amamentar até ele querer (se for como o pai quando era pequeno, trarei o meu Francisco agarrado a mim até aos três anos...e que assim seja).

O único caso que conheço igual ao meu foi o da minha avó materna. Minha mãe contou-me que também ela deu mama durante meses a fio só de um peito.

Os médicos ficam sempre pasmados com a evolução do peso do F. e quando lhes conto a situação, ficam surpresos. Eu levo isto a rir, claro, tenho que rir, pois se me focasse na questão de ele rejeitar o peito, tenho a certeza que já não teria leite há muito tempo.

Sou da opinião que a nossa parte emocional é que manda nestas coisas. Mentalizei-me desde que ele rejeitou o peito que conseguiria dar mama sempre que ele quisesse, e tenho conseguido fazê-lo com a maior das naturalidades. Não me encostei à parede a carpir, a lamentar e a desesperar,  nada disso. Levei a coisa com leveza e aconselho a quem tenha este ou outro problema parecido com a amamentação que faça o mesmo: aligeire a situação, insista e não entristeça. Caso não consiga por algum motivo e tenha que dar leite artificial (acredito que todas as mães fazem o possível para amamentar ao peito os seus filhos mas por vezes, algo as impede) não se culpe, o seu filho não vive só de leite, mas também de afecto e mimo e isso também alimenta.

Quanto à parte física da coisa ... bem..., digamos que se andarem a passear na rua e virem uma moça a tombar para o lado esquerdo, sou eu.

 

*«Aleitamento Materno do VII Dia do Advento do Mamilo» – grupo de mães extremistas e radicais que gosta de julgar outras mães que por algum motivo, deixam de poder amamentar ao peito os seus filhos. Normalmente surgem de madrugada nos grupos dedicados à maternidade e punem verbalmente as mulheres que dão leite artificial aos seus bebés, desconhecendo as causas que levaram a essa situação.

21
Jan16

Conheci uma enfermeira com poderes mágicos e todas as mães deveriam ter uma.


O Unicórnio

 

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 Unicórnio & Unicórniozinho quando finalmente se conheceram 

 

 

Francisco nasceu no Hospital S. André em Leiria. Depois de nascer, subimos para o quarto onde ficaríamos quatro dias. Lá, conhecemos uma enfermeira especial. Única. Ela foi o meu descanso, a minha tranquilidade, a minha bússola. Só conseguia dormir quando ela estava de turno. Só tranquilizava quando sentia os seus passos no corredor que de noite me parecia assustador e interminável.

Foi ela que me ensinou o que fazer quando um bebé asfixia. Infelizmente aconteceu três vezes com o meu querido e adorado Francisco. Foi ela que no terceiro dia me ensinou o que fazer para aliviar as cólicas, pois o bebé chorava há duas horas e eu chorava abraçada a ele.

Pediu calmamente que me deitasse. Deitei-me. Pegou no minúsculo Francisco como se ele fosse um boneco. Estranhei, mas deixei. Deu-lhe dez voltas. Pés na cabeça, cabeça nos pés. Deixei. Ele calou-se. Colocou-o no meu peito a mamar e perguntou-me;

«Quer dormir toda a noite? Então deixe-o ficar aqui» - e ele ficou toda a noite na mama, agarrado a mim. Nunca se mexeu, eu nunca me mexi. Lembro-me de olhar pela janela que não tinha cortinas e reparar que lá fora havia uma cidade. Adormeci.

Foi ela que contou umas piadas soltas quando se deu a subida do leite e as dores eram insuportáveis. Foi ela que num dia de visitas, olhou para mim e viu que algo não estava bem. Pediu que todos saíssem. Justificou que estava «na hora de medir a tensão». Era mentira. Estava na hora sim, de ficar sozinha com o meu bebé. 

De repente tornara-me mãe e não sabia o que fazer, pensar, agir. Tinha medo de tudo. Queria que ele voltasse para dentro da minha barriga. 

Foi aquela enfermeira de carrapito e olhos enormes que me ensinou, juntamente com o meu Francisco, a ser mãe e eu nunca me esquecerei dela.

Prometi-lhe que nos voltaríamos a encontrar naquele sítio quando eu tivesse 40 anos.

Sorriu.

Eu estava a falar a sério. 

 

Chama-se Elizabete Oliveira.

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